terça-feira, 27 de maio de 2014

Quem critica os gastos com a Copa do Mundo no Brasil provavelmente está mal informado



De acordo com previsões oficiais, foram investidos dos governos federal, estaduais e municipais R$ 25,8 bilhões no evento. O valor seria o equivalente a 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões – ou um mês de gasto com o setor.

O custo de todos os 12 estádios da Copa de 2014 é de R$ 8 bilhões, todos eles na forma de empréstimos - não de investimentos públicos - do BNDES, portanto, dinheiro a ser devolvido ao banco estatal nos prazos contratuais. Se considerados apenas os R$ 8 bilhões emprestados, o gasto representa o que se gasta em apenas uma semana com educação no Brasil.

Nem vou falar que só com os gastos dos turistas estrangeiros durante a Copa o Brasil vai receber o que emprestou para construir os estádios. Nem vou falar do que já foi construído ou ampliado e que ficará depois da Copa.

Na verdade, os 25,8 bilhões incluem a infraestrutura criada ou ampliada que usa a Copa como pretexto (aeroportos, BRTs, avenidas, VLTs etc.). Isso não é “gasto com a Copa”, é gasto em serviços públicos essenciais que foi acelerado a partir do “embalo” da Copa.

Enfim, quanto ao fato de nossos estádios serem absurdamente mais caros que os de Copas anteriores, isso é MENTIRA. Todas as “análises” que vi apontando esse suposto “superfaturamento absurdo” manipulam os dados, comparando sutilmente euros (ou dólares) com reais sem fazer o câmbio, ou apresentando custos de obras europeias inauguradas em 2004, 2003, e até nos anos 1990!

E ainda vêm com um “custo por assento”, como se a metragem de arquibancada fosse um bom termo de comparação, desconsiderando o tipo de solo, a área total (pode ter menos assentos mas mais infraestrutura, serviços etc.). Mas, mesmo por assento, nossos preços estão na média dos estádios recentes. Liga para a Vale e pergunta quanto custava a tonelada do minério de ferro em 2002, e compara com o preço de hoje.

A realidade é que praticamente todos os estádios recentes (do porte dos brasileiros) custaram entre 300 e 500 milhões de euros, que é exatamente o custo das arenas brasileiras.

Mas quem só quer reclamar, quem se deixa levar pelas mentiras, calúnias e confusões criadas pela mídia monopolista (de direita), não quer saber desses números, não é mesmo? Pois só quer reclamar e dar uma de papagaio gratuito da tucanada.

Por Jaime Arantes

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