terça-feira, 7 de outubro de 2014

PODER DIVIDIDO: Novo governador do Ceará trabalhará com Assembleia Legislativa fragmentada





A acirrada disputa entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) levou a corrida governamental do Ceará para o segundo turno. Por enquanto, o cenário que se delineou é de incerteza sobre qual nome será eleito o futuro governador do Estado. Por ora, apenas uma certeza: o nome que substituirá Cid Gomes no comando do Executivo estadual trabalhará com uma Assembleia Legislativa completamente fragmentada.

Os 46 deputados estaduais eleitos são oriundos de 22 partidos diferentes, deste

, o estreante  Pros é a sigla com maior numero de representantes: doze, seguido do PMDB, que conseguiu eleger seis nomes.

O PDT conseguiu reeleger Heitor Ferrer e Ferreira Aragão e eleger Evandro Leitão, que tomou posse na AL-CE em agosto como segundo suplente de Patrícia Saboya, e segue com três assentos na Casa, um a menos do que tem atualmente.

O PT, por sua vez, teve seus planos frustrados e conseguiu eleger, apenas, Moises Braz e Elmano de Freitas, deixando os estaduais Dedé Teixeira e Raquel Marques e o federal Arthur Bruno sem mandato.

Num movimento oposto, o PR logrou bom resultado ao manter o assento de Fernanda Pessoa e ao eleger o deputado estadual mais bem votado do Ceará: Capitão Wágner, que abocanhou a expressiva marca de 194.239 votos.

Desempenho semelhante teve o debutante Solidariedade, que reelegeu Dr. Lucílvio Girão e elegeu a esposa do deputado federal reeleito Genecias Noronha, Aderlania Noronha, que chega à Assembleia como a segunda deputada mais bem votada da disputa, com 97.172 votos.
O PSD perdeu três assentos na Casa, mas conseguiu reeleger Osmar Baquit  e Gony Arruda. Já o PCdoB, seguirá com duas vagas, desta vez, preenchidas por Augusta Brito e Carlos Felipe.

O PP, que não tinha representatividade na AL-CE, terá Joaquim Noronha e Zé Ailton Brasil na Casa a partir de 2015.

Cada um dos demais partidos que comporão o Legislativo Estadual, PSDC, PEN, PRB, PSC, DEM, PSOL, PSDB, PPS, PV, PTN, PSL, PRP e PHS, elegeu um deputado.

Confira, abaixo, a lista dos deputados estaduais eleitos por partido: 

PROS: Zezinho Albuquerque, Dr. Sarto, Sergio Aguiar, Ivo Gomes, Roberio Monteiro, Welington Landim, Duquinha, Odilon Aguiar, Antonio Granja, Lais Nunes, Jeova Mota e Mirian Sobreira

PMDB: Agenor Neto, Danniel Oliveira, Dra. Silvana, Carlomano Marques, Walter Cavalcante e Audic Mota

PDT: Heitor Ferrer, Evandro Leitão e Ferreira Aragão

PT: Moises Braz e Elmano
PR: Capitão Wágner e Fernanda Pessoa

SD: Aderlania Noronha e Dr. Lucílvio Girão

PSD: Osmar Baquit  e Gony Arruda

PCdoB: Augusta Brito, Carlos Felipe

PP: Joaquim Noronha e Zé Ailton Brasil
PSDC: Ely Aguiar

PEN: Dr Bruno Goncalves

PRB: David Durand

Açudes secos fazem aumentar demanda por poços no Ceará


O recrudescimento das reservas hídricas no Estado tem sido atenuado com a perfuração de poços profundos. Mesmo assim, há uma demanda que não para de crescer e as dificuldades vêm sendo encontradas tanto pela água de má qualidade, ou salobra, ou porque boa parte das áreas requeridas pertencem a particulares.
O assunto foi debatido na reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca, que aconteceu extraordinariamente ontem e não na segunda-feira, pro conta das eleições de domingo passado. Dos 30 municípios cearenses que vivem tempos de racionamento de água, fornecida pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece), há a expectativa de que dois normalizem o fornecimento para as populações, que são Quiterianópolis, no Sertão de Crateús, e Alcântara, na Zona Norte. No entanto, a expectativa é que novas cidades possam também ter a oferta restringida, em decorrência do agravamento da seca.
O titular adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Antônio Amorim, disse que já são 16 mil poços instalados no interior do Estado. Por conta de força de lei, novos poços somente podem ser perfurados em áreas públicas, ou doadas por particulares, e que passe por uma avaliação geofísica. Com isso, houve uma retração, que chegou a 100 pedidos mensais. “As pessoas estavam nos solicitando poços como se pede água a Deus”, disse o secretário.
O gerente de saneamento rural da Cagece, e representante do órgão junto ao Comitê Integrado, Hélder Cortez, informou que há particularidades em regiões que dificultam a abertura de novos poços. No caso de Crateús, o problema recorrente tem sido a apresentação de subsolos impróprios. Com isso, optou-se para a construção de adutora que captasse água do açude Araras, a 160 quilômetros.
Já no maciço do Baturité, onde é inviável a construção de reservatórios em cidades serranas, o maior obstáculo é a ausência de terrenos públicos. Os particulares estariam sendo irredutíveis na cessão das áreas, o que poderá resultar em ações judiciais requerendo a desapropriação das áreas propícias para os poços, como afirmou Hélder.
Na reunião da próxima segunda-feira, haverá um reavaliação da Operação Carro pipa, tanto na zona rural, quanto nos perímetros urbanos e os esforços para construção de adutoras e poços profundos.
Diário do Nordeste