domingo, 1 de abril de 2012

SILÊNCIO!!!


IMAGEM: Internet
''O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais'' ( Guimarães Rosa)
Eu sou do tempo do silêncio. Tem gente que gosta de barulho e adora a multidão, isso eu respeito, mas sou definitivamente um cara do tempo do silêncio e da tranquilidade (Será que existiu realmente esse tempo?). Dizem que a paz é silenciosa, e convenhamos que de barulhenta já basta a minha cabeça.
Só que o silêncio é mercadoria em falta no mercado, acho que ele anda doente, no mínimo está como os animais e as plantas da Amazônia, num verdadeiro estado de extinção (mas, não tenho certeza disso). Ou pior, quem sabe... Será que o silencio morreu?

Pois bem, onde se encontra o silêncio, você pode me dizer?
O silêncio, a primeira coisa que existiu, já não existe mais?
Durante o dia (e também à noite) no trânsito e nas ruas, as buzinas ecoam, os carros de som esbravejam, os celulares chineses (ou americanos?) tocam feito despertadores a toda hora e por todos os lados. 

Em casa a televisão e o rádio matraqueiam o cotidiano atroz, um liquidificador emite ruídos, uma criança chora. O silêncio não se desmancha. Escafudeu-se. O barulho não me deixa em paz. Então eu explodo:

- Calem-se, calem-se vocês me deixam louco! É um grito que pede silêncio (meio contraditório isso).

Concluo que hoje todo mundo é barulhento e brada com a voz tão amplificada que chateia até quem mora em outra vizinhança, só pra citar o Chico Buarque “o silêncio tá doente do vizinho reclamar” (e como ele reclama!), e não é só o vizinho não, todo mundo grita reclamando alguma coisa (notem que eu estou reclamando pela falta de silêncio), todo mundo grita querendo vender alguma coisa, só não se vende o dito silêncio, eu compraria. Ora bolas, e quem não compraria? O sujeito que primeiro descobrir a fórmula mágica de produzir o silêncio e começar a vendê-lo, será o homem mais rico do universo (Bye, Bey Bill Gates).

Só queria um pouco de silêncio...
Pipipipipipippi... 

Dou-me conta que isso só será possível em uma área completamente isolada do mundo, pois percebo que até as imagens são barulhentas atualmente, elas são luminosas, extravagantes. Será que existe um lugar onde o silêncio seja o único barulho capaz de penetrar o pensamento?Talvez na Lua? Desisto...Fim de crônica.

...Um minuto, por favor...
Definitivamente o silêncio morreu.

FERNANDO IVO

 
Bruno Paulino é Graduando em letras pela Feclesc/UECE. Cordenador do Projeto Papo Cultural promovido pela ONG IPHANAQ e autor do livro "Lá nas Marinheiras e outras crônicas". Escreve aos domingos como colaborador no Blog osertaoenoticia.com na categoria O SERTÃOEM PROSA.

                                              FOTO  VALMIR

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