segunda-feira, 14 de maio de 2012

FILHO, CARO PARA FAZER E MAIS CARO AINDA PARA CRIAR!



“Todo mundo dizia desse barulho e eu não sabia que barulho era esse”. Foi assim que Valéria Soares da Silva entrou na sala de exames para ouvir o coração do seu filho. Ao lado dela estava o marido Marconne Lira Oliveira. Os dois tentaram ter um filho por 10 anos antes de procurar um tratamento. Eles têm um mercadinho próximo à Estrada do Fio, no Eusébio, e sempre ouviram falar que um tratamento para infertilidade era muito caro. “Mas eu queria saber, caro quanto? Caro mais de R$ 100 mil ou um caro que dá pra pagar?”, conta a feliz portadora de uma barriga de 11 semanas de gestação, fruto da fertilização in vitro.

O total que gastou com todo o tratamento ela não sabe nem quer saber. O sorridente futuro papai também não faz questão de fazer as contas. “Estão todos os recibos guardados. Um dia a gente olha”, comenta.

Diana Frota Fontenele também recorreu ao tratamento de fertilização depois que sentiu dificuldade para engravidar do segundo filho. Mãe de uma menina de 11 anos, a microempresária também não quer saber de calcular quanto foi o total investido com as despesas médicas. “Não quero ver não. Deus me defenda”, brinca.

Nem precisa. As despesas maiores, no caso de Diana, ainda estavam por vir. Depois de tentar por mais de uma vez a fertilização, ela recebeu a notícia de que seria mãe de trigêmeos. “Toda a nossa vida mudou”, e não foi apenas no sentido subjetivo da transformação. Cercada por quatro funcionárias, Diana revela: “Nossas despesas literalmente triplicaram”, diz. “Mas não reclamo, não. De nada. Nem das despesas, nem da bagunça. Se tivesse que fazer tudo de novo, eu faria”, diz.

Contas
Apesar de Diana dizer que o investimento maior é psicológico, o bolso sente um grande impacto. Marconne, que tinha começado uma reforma na casa com um dinheiro poupado, precisou interromper a obra. “Dei R$7.100 à vista em dinheiro e depois pagamos os medicamentos no cartão de crédito, que tem limite mais alto e pode ser dividido”, explica. “Cada remédio era R$150, R$240, e você não pode dizer ‘esse não vou tomar’”, conta Valéria. A poupança dela, zelosamente mantida desde os tempos em que trabalhava como costureira, também entrou nas contas, mas a organização financeira do casal foi importante para que as coisas continuassem e até a reforma da casa já voltasse a entrar no planejamento.

Na casa de Diana foi preciso “apertar o cinto”. Especialmente depois de saber que não seria apenas um bebê que estaria a caminho. Para sair de casa com os trigêmeos, a filha mais velha e as babás, o carro da família não dá mais conta. “Mas ainda não deu pra comprar um carro maior”, justifica a mãe.

Ambas concordam que a realização do sonho vale mais do que as frustrações com os resultados negativos (caso da Diana, que já tinha tentado antes), a dor causada pelo tratamento, o tempo dedicado a exames e procedimentos e principalmente as economias. Marconne é objetivo: “Dinheiro a gente trabalha e junta de novo”. (Henriette de Salvi)


Saiba mais
Um dos medicamentos que as pacientes de tratamentos de fertilidade devem tomar é uma injeção que chega a custar R$1.200. Para diminuir os custos, um programa do laboratório fabricante oferece cerca de 50% de desconto para mulheres que se cadastram e provam que precisam do aporte.
Com informação do Jornal O Povo...
FOTO   MARA  CAPRIO
Pedra da Galinha Choca FOTOS  VALMIR
                                                                

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