terça-feira, 20 de março de 2012

"O degustar musical engrandece a alma em conhecimento e torna o indivíduo mais humano."

terça-feira, 20 de março de 2012

CHORO, música popular urbana brasileira.


O choro é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil. O choro ou chorinho nasceu no Rio de Janeiro, no início do século XIX. E até hoje é tocado tanto por grupos tradicionais, como nas rodas de choro e regionais, quanto por músicos de outras regiões do Brasil e do mundo.

                    Instrumentos típicos do choro brasileiro: violão 7 Cordas, violão, bandolim, flauta, cavaquinho e pandeiro.


O choro não tem característica de de um ritmo específico, mas pela forma de ser tocada - solta e sincopada, cheia de ornamentos e improvisações. É uma vasta gama de ritmos e sons nos quais se apoiam os compositores de choro.

Entre os ritmos mais utilizados, encontra-se o "maxixe", o "samba", a "polca" e a "valsa", transmitindo assim os estilos "samba-choro", a "polca-choro" e a "valsa-choro", já em relação ao "maxixe", não é usada a expressão "maxixe-choro", somente "maxixe". Ainda, há os choros de andamento rápido e choros mais lentos (carinhosamente chamado de "varandões").

 Joaquim Antônio da Silva Calado (1848-1880) - flautista e compositor é apontado como o pioneiro do choro, ou pelo menos, um dos principais colaboradores para a fixação do gênero, quando incorporou ao seu solo de flauta, dois violões e um cavaquinho, que com liberdade improvisavam em torno da melodia. Calado foi quem, pela primeira vez, grafou a palavra choro no local designado ao gênero em uma de suas partituras: a da polca "FLOR AMOROSA", pois, até então, os compositores limitavam-se a utilizar como gênero musical, os ritmos tradicionais.

Joaquim Callado - Flor amorosa (1957)


Flor amorosa
(polca, choro, 1880 - versão cantada)
Música de Joaquim Antônio da Silva Calado
Letra de Catulo da Paixão Cearense


C-------- G------- -G7b------ -C3b----- C----- G3b--- G
Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem porque
C- C#° Dm7- Fm C Am--- Dm7----- G7----- C ----G


Oh, dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor
-------------Am----------------- Dm
Em uma taça perfumada de coral
Dm7b--- Bm5-/7 E7 ----Am
Um beijo dar não vejo mal
E7------ Am------------ A7-------- Dm
É um sinal de que por ti me apaixonei
----------------Am------- B7/9 E7 Am E7 Am
Talvez em sonhos foi que te beijei
------------Am------------------------ Dm
Se tu pudesses extirpar dos lábios meus
Dm7b-- Bm5-/7 E7------- Am
Um beijo teu tira-o por Deus
E7--------------- Am------------------- Dm
Vê se me arrancas esse odor de resedá
Bm5-/7 ---------Am7------ B7/9- -E7 Am G C
Sangra-me a boca, é um favor, vem cá
F ------------------(Gm7 C7)
Não deves mais fazer questão
----------------------------F
Já perdi, queres mais, toma o coração
--------------------------Am
Ah, tem dó dos meus ais, perdão
B7/9- ----------E7
Sim ou não, sim ou não
Am------------ Gm --C7---- F
Olha que eu estou ajoelhado
--------------------(Gm7 C7)
A te beijar, a te oscular os pés
------------------------------F
Sob os teus, sob os teus olhos tão cruéis
Dm---------------- A#-------
Se tu não me quiseres perdoar
---------F----- Em----------Gm---- C7 --F-- G
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar
-----------------G -----------G7b--------- C3b
Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim
C ---G3b--- G
A mim, a mim
C -C#° -------Dm7-- Fm--- C
Oh, por que juras mil torturas
Am ----Dm7-- G7 -----C ---G
Mil agruras, por que juras?
-----------G------------ G7b --------C3b------ C --G3b G
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê
C -C#° ------Dm7 -Fm --C --=-Am---- Dm7
Só por um beijo, um gracejo, tanto pejo
-G7-------- C
Mas por quê?


Outro pioneiro, do choro é Erneto Nazareth, que evoca a influência da música ibérica e o desenvolvimento paraleo ao tango argentino e uruguaio, criando assim, o ‘’tango brasileiro’’.

Os chorões mais conhecidos são: Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha (que serão conhecidos melhores em novos textos ou matérias nas próximas postagens do A MUSICA BRASILEIRA).

Eis, alguns dos choros mais famosos da história deste país: (oh! lulismo sai de mim!)


* "Tico-tico no fubá" - de Zequinha de Abreu

* "Brasileirinho" - de Waldir Azevedo

* "Noites Cariocas" - de Jacob do Bandolim

* "Carinhoso" - de Pixinguinha

* "Lamento" - de Pixinguinha

* "Odeon" - de Ernesto Nazareth
 
Conjuntos Regionais em ordem cronológica (provavelmente há mais):
  • O CHORO DO CALADO (aproximadamente 1870)
  • OITO BATUTAS (1919)
  • REGIONAL DE BENEDITO LACERDA (1934)
  • REGIONAL DO CANHOTO (1951)
  • QUINTETO VILLAS LOBO (1962) (não é regional, mas o grupo toca choros)
  • ÉPOCA DE OURO (1964)
  • ISAÍAS E SEUS CHORÕES (aprox. 1970)
  • GALO PRETO (1975)
  • OS CARIOQUINHAS (1977)
  • NÓ EM PINGO D'ÁGUA (1979)
  • CAMERATA CARIOCA (1979)
  • ÁGUA DE MORINGA (1989)
  • RABO DE LAGARTIXA (aprox. 1990)
  • QUEBRANDO GALHO (1993)
  • CHORONAS (1994)
  • GRUPO SARAU (1996)
  • CHORO NA FEIRA (2000)
  • GRUPO CORDAVIVA (2001)
  • CHORO DAS TRÊS (2002)
  • TRIO MADEIRA BRASIL
  • CAMERATA BRASILEIRA

Título de chorão: Os chorões,  geralmente, são compositores e também instrumentistas deste gênero musical. Onde se afirma que os bons e verdadeiros chorões precisam ter grande capacidade de improviso e domínio de instrumento.

 

Lista contendo alguns Chorões em ordem cronológica:

  • Joaquim Calado (1848-1880)
  • Chiquinha Gonzaga (1847-1935)
  • Viriato Figueira (1851-1883)
  • Juca Kallut (1858-1922)
  • Sátiro Bilhar (1860-1927)
  • Ernesto Nazareth (1863-1934)
  • Catulo da Paixão Cearense (1863-1946)
  • Anacleto de Medeiros (1866-1907)
  • Irineu de Almeida (1873-1916)
  • Quincas Laranjeiras (1873-1935)
  • Patápio Silva (1880-1907)
  • Zequinha de Abreu (1880-1935)
  • João Pernambuco (1883-1947)
  • Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
  • Donga (1890-1974)
  • Bonfiglio de Oliveira (1894-1940)
  • Pixinguinha (1897-1973)
  • Luiz Americano (1900-1960)
  • Benedito Lacerda (1903-1958)
  • Manoel Jacintho Coelho (1903-1991)
  • Luperce Miranda (1904-1977)
  • Radamés Gnattali (1906-1988)
  • Copinha (1910-1984)
  • Abel Ferreira (1915-1980)
  • Garoto (1915-1955)
  • Raul de Barros (1915- )
  • Dilermando Reis (1916-1977)
  • K-Ximbinho (1917-1980)
  • Jacob do Bandolim (1918-1968)
  • Dino 7 Cordas (1918-2006)
  • Rossini Ferreira (1919 - ?)
  • Ademilde Fonseca (1921- )
  • Orlando Silveira (1922-1993)
  • Waldir Azevedo (1923-1980)
  • Álvaro Brochado Hilsdorf (1923-1997)
  • Altamiro Carrilho (1924- )
  • Carlos Poyares (1928- )
  • Evandro do Bandolim (1932-1994)
  • Paulo Moura (1933-2010 )
  • Joel Nascimento (1937- )
  • Canhotinho (1938- )
  • Ventura Ramirez (1939- )
  • Arthur Moreira Lima (1940- )
  • Paulinho da Viola (1942- )
  • Déo Rian (1944- )
  • Moraes Moreira (1947- )
  • Pedro Amorim (1958- )
  • Raphael Rabello (1962-1995)
  • Aleh Ferreira (1966- )
  • Nilze Carvalho (1969- )
  • Hamilton de Holanda (1976- )
  • Danilo Brito (1985- )
  • Alessandro Penezzi(1974-) 
 
Pequenas curiosidades do choro:
 
* O Choro pode ser relacionado com a chegada, em 1808, da Familia Real portuguesa ao Brasil. 
* As primeiras composições de Choro com características próprias foram compostas por Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Ernesto Nazareth, etc. Porém, o Choro só foi ser considerado como gênero musical na primeira década do século XX.
* O compositor Anacleto de Medeiros, em 1902, regente da banca do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, foi um dos primeiros a participar das primeiras gravações do choro como gênero musical. Misturando o xote e a polca com as sonoridades brasileiras.
* O flautista Patápio Silva, é considerado o sucessor de Joaquim Calado, onde ficou famoso por ser o primeiro flautista a fazer um registro fonográfico.
 
Dia do Choro para alegria dos chorões e companhia:
 
No dia 23 de abril, se comemora o Dia Nacional do Choro, trata-se de uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.
 
Fontes:
. youtube.com
. wikipedia.com 
. e, papo com amigos.
 


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