quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Morte de vice-prefeito: Choró, uma cidade assustada com o terror de um crime premeditado

Passavam das 11h:30min quando as informações do atentado em Choró começaram a chegar à nossa redação. Inicialmente a informação era de que um homem ainda não identificado tinha adentrado a Prefeitura daquele município do Sertão Central e mantinha vários reféns. As notícias davam conta de que o vice-prefeito daquele município, Sidney Cavalcante, teria sido atingido por disparos de arma de fogo.

Em contato com o Copom, em Quixadá, obtivemos a informação de que várias unidades da Polícia Militar estavam se dirigindo ao município.

A cidade de Choró estava em pânico. Nunca na história algo parecido havia acontecido por ali. Eis que então chegaram novas informações de que o homem estava trancado no gabinete do prefeito com mais uma vítima e o vice-prefeito. A Polícia tentava negociar. Cotar, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Estadual auxiliavam nos trabalhos. Uma equipe do SAMU também já se encontrava naquele município.
Também foi enviado ao município o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), para tentar continuar as negociações com o homem. Neste momento ventilava-se que o vice-prefeito já estaria morto. E não demorou muito para isso se confirmar. Em contato com a nossa reportagem, o porta-voz da Polícia Militar do Ceará, Coronel Andrade Mendonça, informou que os policiais que estavam na Prefeitura de Choró confirmavam a morte do vice-prefeito, Francisco Sidney Cavalcante.

Somente a morte do vice-prefeito e também todo o desenrolar da ação que a envolveu já seriam trágicos, mas o pior ainda estaria por vir. Aos poucos toda a imprensa foi descobrindo que o homem que invadiu a Prefeitura de Choró tinha destino certo: Matar o vice-prefeito. Francisco Roberto de Oliveira, 46, chegou à cidade no final da manhã em uma lotação que faz a linha Choró-Fortaleza. Desceu com uma mochila preta nas costas e seguiu armado até a sede da Prefeitura. Ao chegar à recepção do órgão, perguntou quem era Sidney Cavalcante e, ao ser conduzido ao gabinete onde estava o vice-prefeito, deu início a toda ação previamente arquitetada.

As negociações duraram três horas. Roberto falava a todo momento sobre os filhos, dizia que estava arrependido, que queria se entregar e pedia ajuda. “Conversamos por 40 minutos por telefone. Foi quando ele disse que ia deixar a arma no chão e voltar para o fundo do gabinete. Nesse meio tempo, quando achávamos que ele estava indo até a porta, ouvimos o disparo”, descreveu a delegada Regional de Polícia Civil Ana Cláudia Nery.
Foi neste momento que o Gate entrou na sala. Roberto tinha atirado contra a própria cabeça, após ter executado o vice-prefeito. O assassino suspeitava que o político tivesse um romance com sua esposa, Maria Elizangela Gomes Lemos, 35. Após assassinar Sidney e atentar contra a própria vida, Roberto foi socorrido e encaminhado à Fortaleza, onde permanece vivo.

Durante as negociações, o homicida revelou à Polícia que havia matado a esposa, Maria Elizangela, no último domingo, 22, e deixado o corpo dela dentro de um freezer na casa do casal, no bairro Parangaba, em Fortaleza. Pouco tempo depois o corpo da mulher foi realmente encontrado e a tragédia ganhou ainda mais detalhes de terror. Um crime totalmente pensado, um crime que chocou o Ceará e a pequena e pacata Choró. Para os familiares e toda a população o trauma dessa tragédia permanecerá por longos anos.

Sobre o vice-prefeito
Francisco Sidney Cavalcante de Sousa, nasceu em Quixadá em 21 de março de 1973. Tinha 42 anos, era casado, pai de dois filhos. Foi eleito em 2012 como vice-prefeito de José Antônio Rodrigues Mendes, o Dé.

Sindicalista, filiado ao Partido dos Trabalhadores, Sidney Cavalcante era bastante conhecido na cidade e região. Logo após saberem de sua morte, os deputados da Assembleia Legislativa do Ceará realizaram um minuto de silêncio em sua homenagem.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação

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