domingo, 16 de agosto de 2015

Obra do Cinturão das Águas vai parar por falta de pagamento


Sem receber os repasses há mais de seis meses, as empresas que executam as obras do 1º lote do Cinturão das Águas estão em fase de paralisação dos trabalhos. A mão de obra que ainda existente não corresponde a 30% do previsto e esse número só ainda está atuando para evitar a perda total do que já foi iniciado. A expectativa é que nos próximos meses esse percentual não passe de 5% da mão de obra ideal para o serviço.

A obra é uma parceria entre estado e união e teria o intuito de garantir o abastecimento hídrico do Ceará, interligando as bacias do estado, mas já na sua primeira fase vem sofrendo com a falta de repasses do governo. A baixa tem atingido diretamente centenas de trabalhadores que atuam nos canteiros de obras dos trechos 3, 4 e 5 do lote 1 do empreendimento.

O Secretário de Recursos Hídricos do Estado do Ceará, Francisco Teixeira, visitou os trechos da obra durante essa quinta-feira, dia 13, acompanhando a movimentação que ainda há nos canteiros de obras e já tem conhecimento das paralisações. Mas as medidas de suspensão das obras ainda não foram admitidas oficialmente pelo governo.

Em pelo menos dois lotes, material das construção, como ferro, telha e madeira já foram saqueadas. Isto por conta do abandono de alguns trechos da construção. No distrito de Monte Alverne, na cidade de Crato, proprietários de terras temem que com o abandono da obra a chuva possa provocar deslizamentos nas montanhas de terra que se acumula ao lado dos tubos e soterre as plantações nos baixios.

A reclamação também se estende a algumas famílias que foram desapropriadas para a passagem do cinturão das aguas. O senhor Antônio Cariri afirmou que não recebeu o total acordado pelas indenizações, além do baixo valor que foi avaliado seu terreno. Segundo conta, teve desapropriado oito tarefas de terra pelo valor de R$ 39 mil (trinta e nove mil reais), mas só teria recebido R$ 32 mil (trinta e dois mil reais) e diz já ter perdido a esperança de receber o restante.

O primeiro lote da obra estava prevista para ser concluída, em sua primeira etapa, em setembro de 2015, mas esse prazo não será cumprido e necessitará de aditivos.

Com a contenção nos gastos fica ainda mais inviável a conclusão da obra e a expectativa, na melhor das hipóteses, é que os trechos 1 e 2 possam ter continuidade para colher água da Transposição do São Francisco para irrigar o Rio Salgado para tentar alcançar o Açude Castanhão e aliviar a situação de seca no estado.


MISÉRIA

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