terça-feira, 21 de abril de 2015


Os felinos são animais carinhosos e companheiros, quando criados com responsabilidade e amor. Exemplar da raça Bengal, descendente direto do gato-leopardo
Os felinos são animais carinhosos e companheiros, quando criados com responsabilidade e amor. Exemplar da raça Bengal, descendente direto do gato-leopardo
O Ceará é destaque nacional na criação de gatos de raça. No Estado há raridades, como o primeiro Peterbald registrado no País, um gato sem pelo importado da Rússia pelo cearense Arlindo Chaves, que preside a Associação Felina do Brasil (AFB). A entidade reúne sócios do Ceará e de Estados como Bahia, Pernambuco e Paraíba, sendo filiada à Federação Felina Brasileira (FFB), que por sua vez é ligada à Fédération Internationali Féline (Fife), com sede na França.
“O Ceará está acompanhando bem a tendência mundial no que se refere à gatofilia. Temos aqui no Estado criadores (formais e informais) de praticamente todas as raças. Vale lembrar que somos pioneiros na criação de raças como
Peterbald e Somali”, afirma Arlindo Chaves.
Entre as raças, o gato Persa predomina nas criações, mas também aumentam os exemplares de Maine Coon, o gato gigante, Peterbald, o gato pelado, Oriental, Siamês, Exótico, Abissínio e Somali.
“Sem dúvida, o gato Persa concentra mais criadores, mas, nos últimos anos, os Maines Coons cresceram muito na criação nacional. Temos criadores cearenses investindo pesado nos plantéis. Nossas aquisições mais recentes foram os Maines Coons trazidos diretamente da Polônia pelo nosso sócio Fabrício Sathler. Hoje temos gatos cearenses competindo em todo o Brasil. Há criadores de Persas como Elizer Albuquerque, do Gatil Sekhmet, que tem linhagens exclusivas e pouco vistas no Brasil. Temos a criadora Cynthia Baratta, com Persas argentinos e russos, e Alê Gueiros com lindos gatos americanos”, destaca ele.
Pelas normas da Fife, toda entidade representativa de gatófilos deve promover pelo menos uma exposição internacional anual. No Ceará, a AFB realiza duas por ano. Arlindo explica que são eventos com juízes internacionais, que avaliam os felinos de criadores de todo o Brasil e também da América Latina. Porém, há cada dois meses, acontecem feiras e mostras de exemplares felinos em pet shops da cidade e em eventos variados. Está programada uma próxima exposição no mês de novembro, com data a ser definida posteriormente, conforme a agenda dos juízes que participarão.
Arlindo recomenda, para quem quer se iniciar na gatofilia, que estude bem sobre a raça a ser escolhida, procurando bons criadores para aquisição dos exemplares. “Jamais deixe a quantidade superar a qualidade. Bons criadores nunca têm mais gatos do que podem cuidar. Gatos são animais resistentes, mas muito suscetíveis a doenças se forem criados confinados em espaços pequenos e com pouca higiene. O melhor e único ambiente para criar gatos é o ambiente familiar, sem acesso à rua é claro”, alerta.
Ele observa que a criação de gatos não deve ser vista como uma atividade comercial, e sim como um hobby que objetiva desenvolver um bom plantel. “Além de amar os gatos e ter foco na genética, na saúde dos animais e jamais o lucro”.
As raças Bengal, Abissínio, Somali foram introduzidas no Ceará por sua iniciativa. Ele foi o pioneiro na aquisição de Peterbalds no Brasil, valendo lembrar que, na América Latina, são poucos os criadores desta raça, estando a maioria na Rússia, país berço destes tipos de gatos sem pelo. “Desde criança tive gatos. O primeiro foi um SRD branco e preto que chegou em nossa casa arrastando as patas traseiras devido a um machucado. Cuidamos dele e ele ficou bom. Se chamava Julio César. Acho que eu tinha uns 7 a 8 anos. Em 2005 ganhei um casal de Persas de um amigo e, em 2007, fundei meu gatil. Comecei com SRD. Eu amo gatos e queria vê-los nascer, crescer, assim decidi começar a criar. Tenho Exóticos, que são Persas de pelo mais curto, Oriental, Siamês, Abissínio, Somali e Peterbald”, diz Arlindo.
Plantel selecionado
Ele formou plantel com exemplares de gatis de referência no mundo, tais como Gatil CMC, da Argentina; Gatil Orient Silver Dream, da Rússia; Gatil Del Iris, criador Peterbald, da Rússia; Gatil Aruak, criador de Orientais, daqui bo Brasil (neste, há felinos Orientais e Siameses que são raças irmãs do Petebald, ou seja, podem acasalar com estes).
Conta que começou a criar os Abissínios por ser uma “paixão à primeira vista”. “Vi pessoalmente pela primeira vez em uma exposição de gatos de raça e passei uns dois anos pesquisando a raça até que comprei o primeiro casal. Já o Peterbald era um sonho antigo. Eu sempre gostei de gatos pelados, daí procurei Sphinx que é a raça sem pelos mais antiga, mas não consegui comprar aqui no Brasil. Então comecei a pesquisar em outros países e nessa procura eu descobri o Peterbald que tem características de Orientais e Siameses que eu adoro e é pelado como os Sphinx”, recorda.
Começou a levar seus felinos para as exposições a partir do ano de 2008. Desde então, sempre participa dos eventos, inclusive como organizador, uma vez que está à frente da AFB. Participa de exposições fora do Estado e alguns gatos de sua criação já foram avaliados por juízes fora do Brasil. Ele tem gatos campeões em eventos nacionais e internacionais.
Entre as raridades de sua criação, estão os Peterbalds, uma raça nova no mundo e, como destaca, os seus foram os primeiros a chegar no Brasil. Para os interessados em adquirir um exemplar deste, ele recomenda se portar como um pesquisador. “É precisa estudar. O Peterbald é uma raça nova. O criador precisa ser um estudioso, ou seja, deve ter interesse, além de uma boa estrutura física. São gatos ativos, que necessitam de espaço para correr e se desenvolver. O interessado também precisa ter muito amor por gatos”, afirma.
Criados com responsabilidade, os gatos são animais dóceis e muito ligados ao dono. É errado pensar que, ao contrário dos cães, os felinos são amigos apenas da casa e não das pessoas. Quando é estabelecido um verdadeiro vínculo com eles, os gatos revelam-se animais amorosos e muito companheiros.
FIQUE POR DENTRO
Criadores investem em importados
A gatofilia no Ceará é desenvolvida com seriedade e determinação. Os criadores investem em exemplares de alta linhagem, importados de diferentes países. Entre as raridades está o “Peterbald”, gato sem pelo, introduzido no Brasil pelo presidente da Associação de Felinos do Brasil (AFB), Arlindo Chaves. Esta raça foi criada durante o último semestre de 1994, em São Petersburgo, Rússia. A criadora da raça foi a russa Olga S. Mironova. Estes felinos são dóceis, carinhosos, calmos, curiosos, inteligentes e cheios de energia. Outro gato da criação de Arlindo é o Bengal, uma raça relativamente recente, descendente direto do leopardo asiático, ou gato-leopardo. O leopardo asiático é um gato selvagem encontrado principalmente no sudeste da Ásia. O nome da raça remete ao nome científico usado para classificar este gato selvagem, Prionailurus bengalensis.
Mais informações
Associação Felina do Brasil (AFB)
Presidente Arlindo Chaves
www.facebook.com/pages/Associação-Felina-do-Brasil/218237114907198
Conteúdo
Para ler mais sobre animais de estimação, acesse o Blog Bem-Estar Pet
http://svmar.es/bemestarpet
Diário do Nordeste

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