segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Após ataque em Valéria, sindicato dos rodoviários ameaça recolher ônibus


Após ataque em Valéria, sindicato dos rodoviários ameaça recolher ônibus
Os ônibus podem deixar de circular oficialmente no bairro de Valéria, em Salvador, na tarde desta segunda-feira (22). Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, os coletivos circulam normalmente na região, sem escolta da Polícia Militar.
“Não há segurança nenhuma, não há escolta, e o clima no bairro é de muita insegurança. Se continuar assim, vamos recolher os ônibus pela tarde”, disse Primo ao Correio24horas.
Os representantes da categoria vão se reunir com o comandante da PM do bairro ainda hoje, e ainda há possibilidade de acordo. “Esperamos sair com alguma solução dessa reunião, senão vamos ter recolher os veículos”, reiterou o vice-presidente do sindicado dos Rodoviários.
Entenda
Os moradores do bairro de Valéria tentam retomar a rotina, mas vivem um clima de tensão desde que três coletivos foram atacados neste sábado (20). Eles relatam que os ônibus ainda não circulam normalmente hoje. “Acordei às 5h da manhã para ir ao trabalho, mas nenhum ônibus havia entrado em Valéria”, disse uma moradora ao Correio24horas.
Os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também não abriram as portas no início da manhã. Eles temiam novos ataques, segundo moradores. Somente após a chegada de uma viatura da Polícia Militar que o atendimento aos moradores foi retomado.
Tanto a Polícia Militar quanto a Transalvador afirmam que os ônibus circulavam no bairro, e que o comércio local abriu as portas. A informação foi reiterada por Fábio Primo, representante da categoria. “Os ônibus estão circulando sim, porém sem segurança nenhuma”, disse.
Neste último domingo (21), os coletivos do sistema de transporte público não circularam em Valéria, mesmo com reforço no policiamento — com viaturas da PM, Rondesp, Batalhão de Choque e um helicóptero do Grupamento Aéreo sobrevoando a área.
No sábado, três ônibus foram incendiados por criminosos na região de Valéria, em uma suposta retaliação à morte de um traficante conhecido como Mamano. Um veículo da empresa Praia Grande ficou totalmente destruído na Rua Nova Brasília, e outro na BR-324, sentido Salvador, perto da entrada de Valéria.
Outro da empresa Modelo Transportes foi parcialmente queimado, depois que cerca de dez pessoas invadiram o veículo e mandaram os 50 passageiros descerem. De acordo com um funcionário da empresa, eles jogaram gasolina e depois fugiram — o motorista conseguiu conter as chamas.
Após a fuga dos criminosos, o veículo foi depredado e pichado com a frase “Katiara luto”, nome de uma facção criminosa que atua na região. Embora a PM informe que “não há registro de ocorrências de confronto entre PMs e Mamano e nem informações sobre a morte do mesmo”, o dia ontem foi atípico no bairro. O comércio funcionou — mas lojas estavam com portas abertas pela metade.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teve funcionamento parcial, com grades na entrada. “Faz medo de trabalhar, de ir na igreja ou no mercado”, disse uma comerciante. Sem ônibus circulando no bairro, os pontos ficaram cheios. Moradores tiveram que caminhar cerca de uma hora até ponto mais próximo onde havia coletivo.
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Fonte: Correio da Bahia

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