quinta-feira, 10 de abril de 2014

Quixadá: Insegurança nos bancos torna atendimento mais precário




Após os ataques nos primeiros meses deste ano, a 19 agências e postos bancários espalhados pelo Interior do Ceará, a população está sofrendo para pagar as contas e até fazer apostas em jogos de loteria. Filas extensas, horas de espera e muita gente se amontoando nos bancos e casas lotéricas. Esse é o quadro em vários municípios. Os moradores das cidades atacadas são obrigados a seguir para as agências mais próximas, nas cidades vizinhas, sobrecarregando os serviços bancários. Nas lotéricas não é diferente. A situação se agrava no início de cada mês, período do pagamento dos benefícios sociais do governo federal. O descontentamento é geral.

Os idosos, principalmente quem mora longe dos centros urbanos, sofrem mais. O agricultor João Nogueira, da comunidade de Cafundó, na zona rural de Choró, é um deles. Sua casa fica embrenhada no mato, a cerca de uma légua do povoado mais próximo. Para chegar à sede do município, ele precisa enfrentar viagem de quase três horas. Acorda às 3 horas da madrugada para não perder o carro de horário. A mulher, um ano mais nova, fica em casa. Não tem cabimento os dois passarem pelo mesmo sofrimento. Isso tudo para não terem a energia, o único conforto da casa do casal, cortada, conforme explica o idoso.

Não bastasse a demora, o desconforto torna a espera mais estressante. Quando não estão debaixo de sol são surpreendidos pela chuva. A alternativa encontrada por alguns, como o aposentado Augusto Mariano Silva, é chegar mais cedo na porta da lotérica, quando ainda se encontra fechada. Como está escuro, não sofre tanto com o calor. Nessas horas, ele prefere contar com um agasalho sobre os ombros, para se aquecer um pouco, por causa do frio da madrugada. O único risco é o de ser assaltado. "Mas os bandidos são espertos. Eles sabem que enquanto as portas estiverem fechadas não temos dinheiro no bolso", ressalta.

A dona-de-casa Maria Lúcia Martins confessa ter passado por essa situação. Ela acabou de chegar de São Paulo. Desavisada, enfrentou fila no Banco do Brasil para quitar um débito. Apesar de esperar mais de hora na fila não pode efetuar o pagamento. "O caixa foi até educado e me encaminhou para uma Lotérica ou banco postal espalhado na cidade. Sugeriu a loja em frente. Para não perder mais tempo entrei na fila, aguentando sol, poeira, o barulho e a fumaça dos carros passando a todo instante. Devia ao menos ter um banquinho para a gente sentar. Quem já passou dos 70 anos cansa mais rápido", explica. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste)

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