sábado, 28 de dezembro de 2013

Fábrica de armas abastecia quadrilhas no Interior do CE


Uma operação sigilosa envolvendo policiais da Delegacia Regional de Quixadá e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) resultou, na manhã de ontem, na descoberta de uma fábrica de armas de grosso calibre na região entre Quixadá e o Município de Ocara (95Km de Fortaleza).


Segundo informações preliminares da Polícia Civil, armas de grosso calibre, como submetralhadoras, escopetas e carabinas eram fabricadas na região e serviam para municiar quadrilhas que vinham atacando bancos no Interior cearense, especialmente das regiões do Sertão Central, centro-Sul, Maciço de Baturité e Vale do Jaguaribe.

Prossegue
Conforme o diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Rommel Kerth, procurado pela Reportagem no fim da tarde de ontem, todas as informações sobre a operação não poderiam ainda ser reveladas, visto que as diligências ainda estavam em andamento.

Segundo Kerth, pelo menos uma pessoa já havia sido presa e as diligências visavam a captura de outros envolvidos na fabricação do armamento pesado.

A fábrica de armas de fogo teria sido montada em Ocara e a Polícia Civil chegou ao local depois de investigações sigilosas feitas a partir da identificação e prisão de envolvidos nas ações contra agências bancárias naquela região do Sertão. O trabalho sigiloso da DRF culminou na informação sobre o armamento que os bandos usavam nos ataques em cidades de pequeno e médio porte. Ao estilo do ‘novo cangaço’, os assaltantes rendiam os moradores depois de sitiar as cidade. Em seguida, os policiais do lugar eram vítimas de emboscada nos próprios prédios dos destacamentos e pelotões, sendo alvo de tiros e, assim, impedidos de sair para tentar impedir o ataque.

Nos bancos, outra parte da quadrilha se encarregava de colocar explosivos nos caixas eletrônicos e cofres para destruir os equipamentos e ter acesso ao dinheiro. Isso se repetiu, pelo menos, 43 vezes. Alguns ataques foram bem sucedidos para os ladrões. Outros, acabaram sendo frustrados pela inabilidade dos ladrões em manusear os artefatos ou pela intervenção policial.

Cidades
As cidades cujos ataques foram seguidos de explosões de bancos se espalham por praticamente todas as regiões do Estado do Ceará, entre elas, São Gonçalo do Amarante, Senador Sá, Monsenhor Tabosa, Pacatuba, Jijoca de Jericoacoara, Tejuçuoca, Palmácia, Morada Nova, Apuiarés, Jaguaribara, Tamboril, Senador Sá, Pentecoste, Monsenhor Tabosa e Aracati.

Mais recentemente, duas operações da Polícia Militar resultaram em tiroteios que terminaram na morte de, pelo menos, sete assaltantes. A primeira ocorreu após o ataque à cidade de Itarema, no litoral Oeste do Estado (237Km de Fortaleza), onde um confronto deixou dois bandidos mortos, além de um morador daquela cidade. A Polícia apreendeu um forte armamento e explosivos usados pelos ladrões. Parte do bando foi presa posteriormente.

Já em Ararendá, um confronto deixou seis mortos, entre eles, um soldado da Polícia Militar que trocou tiros com os ladrões em fuga. Posteriormente, em um cerco da PM, cinco assaltantes também tombaram.

Conforme dados oficiais, neste ano, foram registrados 88 ataques a bancos e postos bancários no Estado do Ceará. Os três últimos aconteceram num único dia, 11 de dezembro, quando agências foram assaltadas em Fortaleza, Ararendá e Ocara.

E foi a partir da ação da quadrilha que agiu em Ocara, quando um cofre do Banco do Brasil foi roubado pelos ladrões, que a Polícia Civil aprofundou as investigações e, ontem, chegou ao local onde as armas dos criminosos eram fabricadas.

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