segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ali, três municípios lutam abertamente pelas águas do Flor do Campo, maior reservatório da região, com capacidade de 111 milhões de m³. Localizado em Novo Oriente, a 397 quilômetros de Fortaleza, as águas do açude estão abastecendo, por conta da estiagem, através de carros-pipa, localidades de Crateús, Quiterianópolis, Tauá e Independência. Dos cinco municípios, Quiterianópolis entrou em colapso em maio do ano passado e desde então vem sendo abastecido totalmente pelo Flor do Campo.



Tauá e Independência também estão recebendo água do Flor do Campo, mas em menor quantidade e em localidades fora da sede municipal. Já Crateús, abastecido atualmente pelo açude Carnaubal, só tem água até o fim de junho. Para evitar o colapso, o Governo do Estado decidiu pela transferência de águas do Flor do Campo para o Carnaubal. Foi o bastante para que lideranças de Novo Oriente e Quiterianópolis criassem movimentos de resistência contra a proposta, receosos de serem prejudicados por essa transferência.

De acordo com o projeto elaborado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a transferência se daria através da abertura das comportas do Flor do Campo, que desaguaria no rio Poti, distante 42 quilômetros do Carnaubal. Após chegar no Carnaubal, por meio de 13 quilômetros de adutora, essa água entraria na rede da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e garantiria o abastecimento de Crateús emergencialmente até o começo de 2014.

A resistência dos moradores de Novo Oriente e Quiterianópolis, todavia, é quanto ao modelo de transferência dessa água. Para Carlos Leite, um dos líderes do movimento de resistência em Novo Oriente, apenas jogar a água no leito do Poti significa perda para todos os municípios que usam o Flor do Campo, que ficariam desabastecidos em breve. Mesma opinião têm o pároco Adriano Cândido de Oliveira e o vereador Antônio Luis Batista, o Toinho do PT, de Quiterianópolis.

O modelo ideal para a transferência, entendem os opositores ao projeto, deveria ser por meio de adutoras, que segundo eles, evitaria a evaporação. Outro ponto questionado, sem uso de adutora, é a possibilidade da infiltração de água no solo. (Fonte: O Povo)

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