sábado, 24 de novembro de 2012




Estiagem provoca falta de óleo diesel no Ceará

Falta diesel no Ceará por causa da seca. A redução do volume de água para geração hidrelétrica em todo o País levou ao acionamento quase total das usinas térmicas, que têm como um dos combustíveis o óleo. De acordo com o Operador Nacional do Sistema, a geração térmica no País bateu recorde, alcançando 14 mil MW, um meio de compensa à falta d’água para reservatórios das hidrelétricas, algumas com apenas 30% de sua capacidade total de armazenamento. Segundo Luciano Libório, diretor de abastecimento e Regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), a demanda por diesel no Ceará cresceu 23% no mês de outubro em comparação com setembro. O aumento no consumo foi de 30% com relação ao mesmo período do ano passado.

“Esse crescimento é bem acima do observado nos primeiros nove meses do ano, quando a demanda havia crescido 11% versus 2011, o que já era um número bastante expressivo. Esse novo patamar pode ser atribuído ao religamento das termoelétricas ordenada pelo ONS”, explica o diretor. De acordo com Antônio José Costa, assessor econômico do Sindicato de Postos de Combustível do Ceará (Sindipostos), a entrega do diesel sofre com atrasos pontuais, mas a entrega é logo restabelecida.
“Estamos conversando com as companhias para resolver esses problemas”.

José Mendes, dono de posto bandeira branca, afirmou não ter podido abastecer cinco caminhões numa única manhã por falta de diesel. “Até caminhão de gás eu tive que despachar”, explica. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Ceará, José Tavares Filho, diz que o transporte de cargas não está sendo afetado pela falta do combustível, mas reclama do preço. “Há caminhoneiros que preferem abastecer em cidades vizinhas. Pois em um tanque de 600 litros, R$ 0,30 por litro fazem toda a diferença”.

A expectativa do ONS é que as termelétricas comecem a ser desligadas em dezembro, com o aumento das chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. “Se continuar dessa maneira e a gente sentir que até o fim do ano recuperou, deu tranquilidade, a gente vai desligar”, afirmou Hermes Chipp, presidente do órgão.

FOTOS  VALMIR  HOLANDA
(Com Agências)

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