quinta-feira, 22 de março de 2018

Chove em 55 municípios do Ceará nesta quinta-feira (22); Maior chuva do estado registrou 62 milímetros

                                                              Há alguns dias não eram registradas chuvas tão volumosasquanto as registradas nesta quinta-feira (22) no estado do Ceará.
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, choveu em pelo menos 55 municípios cearenses, sendo a maior precipitação no município de Guaiúba (62mm), seguido por Redenção (58mm).
As chuvas aliviaram o calor que vinha predominando os últimos dias, a previsão para a próxima sexta-feira (23) é de tempo nublado com chuvas no litoral, na serra da Ibiapaba e no centro-sul do estado.
No Sertão Central as maiores precipitações foram registradas em Boa Viagem (35mm), seguido por Piquet Carneiro (30mm), e Canindé (21mm), respectivamente.

Tomaz Holanda parabeniza Fundação Canudos por homenagem a Antonio Conselheiro


O deputado Tomaz Holanda (PPS) parabenizou, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quarta- feira, 21, o “Quixeramobim do Conselheiro Antonio”, evento promovido pela Fundação Canudos, por meio do Sistema Maior de Comunicação.

De acordo com o parlamentar, diversas atividades culturais e artísticas foram realizadas de 5 a 17 de março em homenagem ao líder da Comunidade de Canudos, Antonio Conselheiro, nascido no município de Quixeramobim. “Quero parabenizar a Fundação Canudos por manter a memória de Antonio Conselheiro viva, resgatando o nome desse herói”, declarou Tomaz. (Do Repórter Ceará)

Água distribuída do Açude Umari para madalenenses não possui tratamento


A prefeita de Madalena, Sônia Costa, se dirigiu ao Palácio Iracema, gabinete do governador do Estado, para tratar da distribuição da água do Açude Umari para os madalenenses.

O reservatório, inaugurado em julho de 2011, está com volume acima de 50%, sendo que, sua água é distribuída para a população de Madalena sem tratamento. O principal objetivo da gestora é conseguir articular uma Estação de Tratamento de Água (ETA) o mais rápido possível. (Do Repórter Ceará)

segunda-feira, 19 de março de 2018

ALERTA GERAL: SEM CHUVAS, ABASTECIMENTO DO ESTADO ESTÁ EM RISCO. SAÍDA É TRANSPOSIÇÃO OU DESSALINIZAÇÃO




O Secretário de Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, fez, nesta sexta-feira, em entrevista ao Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 24 emissoras no Interior), um diagnóstico extremamente preocupante na área de abastecimento de água da população. Teixeira afirmou que, com a escassez de chuvas em março, a situação se tornou ainda mais crítica e o Governo do Estado decidiu intensificar as cobranças ao Ministério da Integração Nacional para acelerar as obras da transposição do Rio São Francisco. O Governo do Estado, de acordo com Teixeira, trabalha, também, para acelerar o projeto de dessalinização das águas do mar para abastecer a Grande Fortaleza.

Segundo Francisco Teixeira, os açudes e as barragens administrados pela Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Cogerh) receberam, até o momento, 8% de recarga, sendo que parte das águas ficou na Barragem do Castanhão. O volume de água, conforme enfatizou, é muito baixo. Com essa situação, de acordo com Teixeira, é preciso que o Ministério da Integração Nacional agilize a conclusão das obras da transposição das águas do Rio São Francisco. As obras da transposição estão em andamento e a previsão, no trecho entre Cabrobó, em Pernambuco, e Jati, no Ceará, era de conclusão até o final do primeiro trimestre deste ano.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com o secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, que entrou na pauta de debates do Bate Papo Político de hoje:




Fonte: Ceara Agora.

A ETERNA SÚPLICA DA VIDA PELA ÁGUA NO SERTÃO



Em Boa Viagem, água só a cada 30 dias

Talvez seja o resto de água do Vieirão, o açude João Vieira Filho. Sete poços escavados no porão do açude, numa fileira ao longo de dois quilômetros. Porão é o fundo de um reservatório. A água salobra extraída deles é bombeada para um cacimbão de dez metros de altura por três de diâmetro. De lá, novo bombeamento lançado para uma caixa de 1 milhão de litros, dentro da estação de tratamento. Depois, distribuída para a cidade. Ainda chega meio salgada para o consumo humano. Em Boa Viagem (a 226 km de Fortaleza), as casas que tenham alguma pressão nas torneiras atualmente recebem água apenas a cada 30 dias. Por pouco mais de uma hora, quando muito. Para beber, só comprada.
  
Boa Viagem é uma das cidades cearenses onde, mesmo num ano melhor de chuvas, às vésperas do dia de São José, a crise hídrica não se dissipou. Na primeira semana de março, O POVO percorreu quase 1.400 km entre as regiões do Sertão Central e Jaguaribana, onde o céu encoberto dá mais suadouro que toró e o aporte nos reservatórios ainda é insignificante. Foi logo após um fevereiro mais chuvoso que a média dos últimos seis anos. A seca ainda é grave, porém há roçados já brotando ou em colheita e rios importantes com água corrente em boa altura. Fomos ver onde está seco, onde há algum aporte e o que se desenha como alguma esperança no que o sertanejo chama de inverno.
No caso do Vieirão, podem ser mesmo suas últimas águas, se a chuva tardar mais. Primeira semana de março, o sétimo poço estava sendo aberto. Uma retroescavadeira e os operários buscando o melhor veio do rio subterrâneo. “Esse último poço é nossa esperança. Com esse pouquinho vai dar certo, até Deus mandar mais”, reza João Alves de Araújo, o “Del”, 60 anos, debaixo de um sol sem piedade. Trabalhando há 32 no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a autarquia responsável pelo fornecimento local, Del admite nunca ter visto Boa Viagem tão necessitada de água. Outro açude que margeia o município, o Capitão Mor, em Pedra Branca, também está na relação dos que secaram no 
Estado.

Até deu água no novo poço dentro do Vieirão, mas deve durar pouco. “A água está acabando porque não chove”. A quadra chuvosa atual, de fevereiro a maio, tem melhores prognósticos que a dos seis anos anteriores de seca. Fevereiro teve chuvas 30% acima da média no Ceará, mas em Boa Viagem deu-se o contrário. Choveu 47,3% menos. A maior precipitação do mês passado, dia 8, chegou a 54 milímetros.

A reserva do Vieirão secou na pedra. É comum plantarem dentro de açudes secos, para aproveitar o último chão molhado, mas lá nem isso. Não tem roçados espalhados. Onde deveriam estar 19 metros de água represada, se cheio estivesse, a paisagem voltou a ser um vale. Verde por dentro, restos de árvores que antes eram mergulhadas, areia frouxa, mato, réguas de medição do nível d’água à mostra.

O açude completa 30 anos em 2018. José Luis Oliveira trabalha como vigilante e anotador do reservatório. Diz que não tem feito registro além do zero “há uns três anos ou mais” para o controle hidrológico. A rotina dele é ao lado de um sangradouro que só funcionou uma vez na última década, em 2011, quando o Vieirão se encheu (21 milhões de m³). Depois, minguou-se.

Os poços são a alternativa para a sede municipal desde 2016. No relatório “Situação de Abastecimento das Sedes Municipais”, atualizado até 15 de março, os órgãos de gestão dos recursos hídricos do Ceará apontam que Boa Viagem é uma das 13 cidades em colapso atual ou com água só até 31 de março de 2018. “Talvez nem chegue a isso, até o final deste mês. Estamos à beira do caos”, admite o gerente administrativo do SAAE, Fábio Camurça. “O limite já acabou. A situação é calamitosa”, reforça o diretor da autarquia, Odécio Soares.

A cidade tem 54 mil habitantes (Censo de 2016). São 14.135 ligações de água entre zona urbana e rural, informa a SAAE. Porém, a torneira seca tem criado inadimplência à autarquia muito além do suportável. Das 6.795 ligações ainda ativas no município, 3.632 sem pagar a conta (53,4%, até o último dia 7). A conta chegando, a água não, os moradores foram pedindo desligamento do serviço. O SAAE, segundo Camurça, dá prejuízo ao cofre municipal desde outubro de 2015.

Ele descreve a cronologia da crise hídrica de Boa Viagem: “O racionamento começou em maio de 2013, em dias alternados. Foi melhorando, piorando. Em 2016, passou a ser uma vez por semana. Houve melhora em outubro daquele ano, voltou para dia sim, dia não. Reativou para uma vez por semana no começo de 2017. Mudou para cada 15 dias até novembro de 2017. Passou a ser 20, depois 25, agora água é a cada 30 dias”. Poços que deveriam ter água por 60 dias já não conseguem bancar mais que 20 dias.


O POVO