A Copa do Mundo tem sido um ótimo negócio para a CBF. Desde 2007, quando a Fifa anunciou que o Mundial 2014 seria no Brasil, a confederação acumulou um faturamento de R$ 452 milhões – e lucro de R$ 383 milhões.
O carro-chefe do aumento das receitas são os patrocinadores. Em seu último balanço financeiro, aprovado há duas semanas, a entidade informa que em 2013 recebeu R$ 278 milhões dos seus parceiros; um aumento de 328% em relação aos R$ 65 milhões de sete anos antes.
O estudo foi divulgado ontem pelo consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, um dos maiores nomes no assunto.
A estimativa é que neste ano, com a realização da Copa, a entidade lucre em torno de R$ 320 milhões em patrocínios, pois já somou quase o dobro de patrocinadores (tem 14) em relação à última edição do torneio, na África do Sul, em 2010.
Atualmente, além da Nike (única que pode estampar sua marca no uniforme do time e que tem contrato vigente até 2027), outras 13 empresas têm direito de vincular suas logomarcas à seleção nacional.
As mais novas no time são Unimed Seguros, Sadia e o curso de idiomas EF EnglishTown, que assinaram contrato no final do ano passado. Completam a equipe Mastercard, Samsung, Volkswagen, Gol, Extra, Nestlé, Procter e Gamble, Ambev, Itaú e Vivo.
Outra receita que teve aumento desde que o país foi escolhido como país-sede da Copa foi a dos direitos de transmissão dos jogos da seleção, que cresceu 950% desde o anúncio do país como anfitrião do torneio da Fifa – em 2013, uma receita de R$ 113 milhões (ver gráfico).
O faturamento da confederação contrasta com o declínio financeiro dos grandes clubes brasileiros. Em recessão, justamente pela escassez de patrocínios por causa da Copa, times evitaram grandes contratações neste ano, convivem até com a ameaça de greve por atrasos salariais e lamentam o calendário pouco atraente para 2014.
“Alguma coisa está fora de ordem. O que acontece no Brasil é o inverso do que acontece na Europa. A seleção é uma marca extremamente relevante para o cenário internacional, enquanto os nossos clubes não conseguem expressão”, diz o consultor Amir Somoggi.
“Na Espanha, fala-se apenas de Barcelona e Real Madrid; na Inglaterra, de Manchester City, de Chelsea… Na Alemanha, ocupa-se mais de Borussia e Bayern do que com a seleção”, segue.
“Talvez a confederação tenha medo de fortalecer os clubes porque os veja como concorrentes. Eles têm de ver nesses números da CBF o potencial que existe no mercado para se desenvolverem e cobrar da confederação a melhor estratégia para o campeonato nacional”, fecha Somoggi.
Fonte: Gazeta Esportiva
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