São quatro pivôs instalados na empresa e que mudaram todo o panorama. Foto: Alex Santana/Iguatu.net
Foi instalado em Iguatu o primeiro pivô central de irrigação, o equipamento pode ser visto para quem passa pela CE 282 que liga Iguatu/Icó, precisamente nas terras da Agropecuária Chapada do Moura.
Com uma mega estrutura que chama a atenção de todos os empresários Elmo e seu filho Marcos Moreno são os primeiros a implantar este sistema de irrigação na cidade e região Centro-Sul.
A reportagem do portal Iguatu.net foi convidada para conhecer as instalações deste novo equipamento e o resultado de meses de trabalho utilizando a nova estrutura, algo que impressiona e demonstra que mesmo vivendo um período de seca, a união da tecnologia, água e vontade são determinantes para o agricultor obter sucesso em pleno sertão cearense.
Extraoficialmente, mas com um investimento de quase R$ 12 milhões os empresários adquiriram os pivôs centrais que podem chegar a mais de 800 metros de extensão.
A primeira medida foi construir uma adutora que capta a água do rio Trussu, são quase 8 km de extensão por onde percorrem cerca de 300l de água por segundo é o que informa Anderson Virgílio, “ os empresários Elmo Moreno e seu filho Marcos tiveram esta visão e percebendo que atravessamos uma grande seca precisávamos de tecnologia que fizesse o bom uso da água que ainda existe na região, e foi decidido construir esta adutora para abastecer o sistema de pivôs”, disse.
A água é captada diariamente e taxas são pagas, além de possuírem a autorização da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos-COGERH.
Momento em que as máquinas colhem o milho e produzem a silagem. Foto: Alex Santana/Iguatu.net
Com a aquisição do sistema de irrigação, cerca de 120 hectares estão sendo irrigado, o administrador da empresa apresentou um sistema inteligente que evita o desperdício de água, “ acompanhamos diariamente a necessidade da nossa colheita por água, o sistema acompanha a evaporação e através de dados computadorizados enviamos para os quatro pivôs instalados e apenas o que é necessário será colocado nas plantações, evitando o desperdício da água e o excesso que prejudicaria as nossas culturas”, destacou Anderson Virgílio.
A primeira colheita teve início, e o sucesso é bem perceptível, pés de milho com quase 3 metros de altura, espigas que chegam a 600 gramas e uma colheita da silagem de milho que chega a 50 toneladas por hectare.
“ É um sucesso, o milharal impressiona pela qualidade e quantidade, o sistema de irrigação ajuda e muito, esta silagem produzida irá ajudar na manutenção dos nossos animais durante o período seco, e antes disto tínhamos que importar a silagem de Limoeiro, algo que não existe mais”.
O administrador da Agropecuária Chapada do Moura, adianta que a cultura da soja será plantada em Iguatu, “ temos na programação que na terceira colheita, iremos mudar o plantio e com certeza vamos utilizar a soja para que seja produzida em Iguatu”, adiantou.
Um dos mais animados com o resultado da colheita através da irrigação dos pivôs é o delegado Agenor Freitas de Queiróz, um amigo da família e que acompanhou todo o processo de instalação, “ sabia que daria certo, eles possuem as condições financeiras para obter a tecnologia, sabem utilizar corretamente, tem água e a força de trabalho, tudo isto junto tem como resultado uma colheita como esta de milho em plena seca. Esta é a mensagem para nossos governantes, acreditem no Nordeste, se eles conseguem fazer isto no Sertão Cearense, o governo também poderia fazer, e mudar a vida do nosso povo sertanejo que precisa de apoio, apenas isto”, finalizou.