Operação Contra Tempo: Delegado André Firmino e sua equipe prende Pai, Mãe e Filho da família “Cigano” acusada de cometer duplo homicídio no ano 2000 em Itapajé
O crime ocorreu após um dos integrantes da família Cigano, conhecido como Gleyssinho, discutir com uma das vítimas, Carlos César, em um bar
O fato teve uma grande repercussão nacional. No Ceará, o duplo homicídio ficou conhecido como “chacina de Itapajé”.
A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (22), três pessoas da família”Cigano” acusadas de cometer duplo homicídio no 2000, em Itapajé. O trio foi capturado durante a Operação “Contra o Tempo” – deflagrada pelos policiais da Delegacia Municipal de Itapajé – em uma localidade de difícil acesso, conhecida como Anajá, zona rural de Canindé.
As prisões foram efetivadas antes que o crime prescrevesse – no Brasil, os homicídios não solucionados prescrevem após 20 anos. Em posse do trio, a polícia apreendeu 23 munições de calibres variados. Eles foram indiciados por falsidade ideológica e posse de munições de arma.
Policiais da Delegacia Regional de Quixadá deram apoio na ação. Essa fase final – a de cumprimento do mandado de prisão – foi coordenada pelo delegado André Firmino,titular da delegacia municipal de Itapajé.
Os suspeitos Francisco Augusto Costa, o “Alfredo Cigano”, Maria Ziulan da Costa, a “Cigana”, e Francisco Gleyson Costa, o “Gleyssinho” eram investigados pelas mortes de Carlos César Barroso Magalhães, que na época tinha 22 anos, e de José Wilson Barroso Forte Júnior, de 27 anos.
Eles também são acusados de balear Maxwell Magalhães, com 23 anos à época, que sobreviveu, mas ficou tetraplégico.
O crime, cometido em julho do ano 2000, ocorreu após uma discussão, em uma festa na cidade de Itapajé, envolvendo Gleyssinho e Carlos César. O fato teve uma grande repercussão nacional. No Ceará, o duplo homicídio ficou conhecido como “chacina de Itapajé”.
Relembre o caso
Na festa, Carlos César teria ido reclamar com Gleyssinho sobre a namorada dele, que estava sentada sobre o capô do veículo da vítima. No mesmo dia, a família de ciganos se reuniu na intenção de localizar César, mas não obtiveram êxito.
Parentes de Carlos passaram a ser ameaçados pela família do suspeito. Após três dias do desentendimento na festa, a vítima procurou Gleyssinho para pedir desculpas pelas reclamações que fizera.
Aparentemente, tudo estava resolvido entre os dois. Mas, na semana seguinte, Carlos César e um sobrinho encontram o suspeito em um bar, onde acabou ocorrendo uma nova desavença entre eles. Eles chegaram a trocar agressões. A briga foi separada por pessoas que estavam no local.
Gleyssinho saiu do bar e voltou armado e acompanhado do pai Alfredo Cigano; da mãe Ziulan e do tio José Gomes da Costa, conhecido por “Flávio Cigano”. Eles efetuaram disparos que mataram Carlos César e José Wilson. Durante a confusão, o sobrinho de Carlos, Maxwell Magalhães, foi atingido por um dos disparos no queixo. A bala acabou se deslocando para a médula óssea, o que deixou Maxwell tetraplégico.
Flávio Cigano foi o único preso na época. O restante da família fugiu logo após o crime.
Na época do ocorrido, o pai de José Wilson Júnior, José Wilson Barroso Forte, “Foi um crime bárbaro, sem justificativa. Meu filho tentou acalmar os ânimos e foi o primeiro a ser morto. Ele levou dois tiros na cabeça e um no abdômen, de rifle calibre 44. Já o Carlos Césár recebeu um tiro na cabeça e o Maxwell foi baleado no queixo. A população está triste e revoltada, por isso esperamos que a Polícia. prenda logo esses assassinos”, disse à época.