Apesar da redução dos casos confirmados de dengue em janeiro e fevereiro de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado – foram 2.046 em janeiro e fevereiro de 2014, reduzindo para 1.105 de 4 de janeiro a 7 de março deste ano -, a expectativa é que, em 2015, aumente o número de casos da doença em todo o Ceará. É o que apontam especialistas e a própria Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
“Estamos trabalhando com cautela em relação a esses números e, apesar de eles demonstrarem queda, estamos em alerta máximo por causa do quantitativo que ainda vai entrar no sistema. A princípio, a expectativa é de termos mais casos do que em 2014, pois estes dados são preliminares”, destaca Márcio Garcia, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa.
Ontem, durante debate sobre a situação da dengue em São Paulo, o ministro da Saúde Artur Chioro disse que, pela questão sazonal, nos próximos dois meses ainda poderá haver aumento de casos. “O período de março a maio é, historicamente, o de maior transmissão da dengue”.
Considerando a incidência (por 100 mil habitantes) de casos notificados no Ceará em janeiro e fevereiro deste ano, houve aumento de 48%, em relação ao mesmo período de 2014. A incidência foi de 30,0 no ano passado, saltando para 44,5 em 2015, cita o Ministério da Saúde. Para qualificar as ações de combate ao mosquito transmissor da dengue e do Chikungunya, o Ministério repassou um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros. Deste total, R$ 7,2 milhões foram destinados ao Ceará, dos quais R$ 1,9 milhão a Fortaleza.
Anastácio Queiroz, infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), comenta que estão ocorrendo muitos casos de dengue e, com a ocorrência de chuvas, a probabilidade é de termos ainda mais casos. Por isso, acrescenta, a importância do Estado se preparar para um número maior da doença.
“Estão ocorrendo muitos casos e há uma probabilidade forte de eles aumentarem. Todas as unidades devem se preparar para esse crescimento, ao mesmo tempo que a secretaria estadual e as municipais devem intensificar as ações preventivas, através da atuação dos agentes, eliminando os focos”, ressalta.
Estiagem
O médico sanitarista Manoel Fonsêca observa que a estiagem é outro fator que contribui para o aumento do número de casos de dengue pois, quando falta água, as pessoas costumam armazenar a que tem em depósitos nos quintais de casa, para utilizar durante a semana. “As pessoas começam a acumular água em potes e tudo quanto é canto para usar durante o dia. Pela tendência que estamos tendo, poderemos ter epidemia, mas acredito que ela não será de grandes proporções”, pontua.
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Diário do Nordeste