Seca deve reduzir produção de mel em 70% no Interior
A seca no município de Itatira não destruiu apenas as plantações. Acabou também com a produção de mel de abelha, principal produto de exportação da região. Sem chuva, as abelhas abandonaram as colmeias e migraram para outras regiões.
Esta é a maior seca dos últimos 40 anos no Ceará. Está gerando impacto negativo na produção de mel, que deve cair em torno de 70% este ano, segundo produtores dos Sertões de Canindé. O Estado é o terceiro maior produtor do Brasil e o primeiro do Nordeste, perdendo apenas para os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. "A falta de água comprometeu a produção e, em 87% dos enxames, as abelhas sumiram, porque foram para outras regiões. Isto provocou prejuízos para cerca de 120 apicultores do município, neste ano", explica um dos maiores produtores em Itatira, Manoel Juraci Vieira, famoso por ter criado o jumento apicultor. No município, 74% dos agricultores vivem da produção de mel. Segundo ele, a quebra da safra se dá pela falta de alimentação das abelhas. "Por não ter tido floração, as nossas abelhas não têm como retirar o pólen e o néctar das plantas. A temperatura exigida no cultivo de abelhas é, em média, 33 graus, mas, no momento, nossa temperatura atinge cerca de 40 graus. Sem floração, elas migram para áreas mais frescas", diz Juraci Vieira. Para ele, a solução seria a alimentação artificial, mas se torna muito cara e nem todos os criadores têm condições de bancar. Essa alimentação artificial se dá pela soma de dois tipos de alimentos, um energético, que pode ser manga, caju, caldo de cana ou água com açúcar, e um alimento protético, que é a mistura de grãos de soja e milho triturados. "É a maneira que temos para driblar a ação da seca", lamenta ele, por ser uma medida inviável para os pequenos apicultores da região. Transferência De acordo com ele, considerado um "mestre" em apicultura e um dos integrantes da Associação dos Apicultores de Itatira, a região produz, em média, 90 toneladas de mel por ano, mas, com a estiagem, "tudo foi por água abaixo". "Perdi 35 colmeias que foram embora por falta de alimentação. As 25 que restaram tive que mandar para um amigo na comunidade de Sabonete, que fica bem próxima do Açude Umari, no município de Madalena", diz Juraci, sem saber o que vai render de positivo nos apiários do município. O prejuízo chega perto de R$ 8 mil com a migração das abelhas. "É a dura realidade de quem vive dessa atividade. Quando o período é bom, tudo é rentável, mas, com a seca, tudo fica pelo meio do caminho e o prejuízo é incalculável", aponta o produtor Juracy. Consequências Segundo o apicultor, os três próximos meses podem ser mais desgastantes, já que a alimentação artificial está 40% mais cara, se comparado ao mesmo período do ano passado. Nenhum produtor quer arriscar em adotar este tipo de procedimento, porque será muito trabalho para pouco dinheiro. "A seca afetou quase todos os setores e a próxima safra também está ameaçada", avisou ele. "Neste ano, nenhum apicultor se preocupou em fazer a colheita do mel porque, além de fraca, é muito arriscado ao ataque das abelhas que estão famintas e violentas", finalizou. A realidade observada nos Sertões de Canindé é comum a outras regiões produtoras no Estado do Ceará. A apicultura está presente em 150 municípios. As regiões com o maior número de produção são: Baixo Jaguaribe, Cariri, Sertão Central e Sertão dos Inhamuns. A apicultura no Estado do Ceará caracteriza-se, quase que exclusivamente, pela produção de mel de abelhas oriundas da África. Em uma colmeia, há mais de 80 mil abelhas, que produzem, por safra, de 25 a 35 quilos de mel. O pequeno produtor possui, em média, 35 colmeias. A abelha só tem 24 horas de vida se atacar sua vítima. Caso contrário, vive por cerca de 45 dias. A abelha rainha, em época de boa florada, chega a produzir 3 mil ovos diários. Exportação O Ceará está entre os cinco maiores exportadores do Brasil. Em 2011, o Estado exportou 4,2 toneladas de mel. Entre dezembro de 2010 a janeiro de 2011, as vendas do produto para o exterior cresceram 31,4%. O preço do mel está custando, em média, R$ 12 por quilo. Em épocas chuvosas, esse valor cai para R$ 7 por quilo. O mel cearense é orgânico, pois é retirado da caatinga e não possui contato com florações com agrotóxicos, diferente do mel da região Sul. Há, no Ceará, em média, 400 associações de apicultores e seis cooperativas. O consumo per capita do brasileiro é de 150 gramas de mel por ano. Na China, esse volume sobe para 2 kg. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste) | |
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Agentes Penitenciários retiram 15 celulares da Cadeia Pública de Quixadá
19 cossocos, duas facas e outros materiais que estavam sob o poder dos meliantes foram apreendidos.
O Grupo de Apoio Penitenciário da Secretária Estadual de Justiça realizou nesta sexta-feira, 09, uma minuciosa vistoria na Cadeia Pública da cidade de Quixadá, o resultado foi mais uma vez na apreensão de objetos que não deveriam está no interior da unidade, por exemplo, uma faca.
Os agentes vistoriaram todas as celas da cadeia que se encontram superlotadas de detentos, a maioria esperando julgamento da Justiça. Recentemente a unidade foi interditada pela Juíza da 1ª vara da Comarca de Quixadá por não ter estrutura suficiente.
Nesta operação o Grupo de Apoio Penitenciário – GAP conseguiu aprender 15 aparelhos de celulares, quatro carregadores, 19 cossocos, duas facas, e outros materiais que estavam sob o poder dos detentos.
Familiares de presos se aglomeraram na calçada da unidade penitenciária e suspeitavam que seria transferência. Conforme o Agente Penitenciário Mário Sérgio, vistoria como esta ocorre esporadicamente e afirmou que nenhum preso foi transferido.
Novo presidio
Em fevereiro deste ano foi anunciado à construção de um presidio de médio porte com capacidade para 360 presos em regime fechado. Todavia, até o momento o projeto não saiu do papel. Hoje a cadeia só tem espaço para 80 homens e 4 mulheres. Conforme levantamento, mais de 150 presos estão naquela unidade. O futuro presídio deverá ficar localizado em um terreno no bairro Boto, cerca de 3 km do Centro.
Mais Informações:
Cadeia Pública de Quixadá
Rua: Rui Barbosa
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