PRAÇAS PÚBLICAS GANHAM RAMPAS DE ACESSO EM QUIXADÁ
Com as novas rampas, os portadores de necessidades especiais e cadeirantes vão ganhar mais qualidade de vida em Quixadá FOTO: ALEX PIMENTEL
As praças públicas de Quixadá estão sendo recuperadas, mas a grande novidade do serviço de restauração na cidade está sendo as rampas de acesso para cadeirantes e outros portadores de necessidades especiais. Após décadas, finalmente ficará mais fácil "pisar" nas praças do Município.
De acordo com o titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), Carlos Augusto Cavalcante, todas elas receberão reparos e ganharão o equipamento de acessibilidade. Nos próximos 60 dias, a área comercial terá cerca de 100 rampas. A iniciativa conta com recursos do próprio Município. Além da equipe de operários da Seduma, bastou apenas sensibilização e vontade do perfeito Romulo Carneiro para a necessidade cotidiana começar a se tornar realidade.
O serviço ainda não está pronto, mas começa a receber elogios, principalmente de quem tinha muita dificuldade para pisar ou cruzar a principal praça de Quixadá, a José de Barros. O desnível do piso é superior a 20 centímetros. Em alguns lugares chega a mais de 30cm. Idosos e crianças têm dificuldade para superar o degrau contornando toda a área. Antes, era possível apenas com a ajuda de outras pessoas. Quem depende da cadeira de rodas sofria muito mais. O acesso só ficava mais fácil no período do Carnaval. Os blocos precisam de uma rampa de madeira para levarem suas alegorias ao palco da folia. Agora os acessos estão mais fáceis.
Uma transformação simples e rápida. Praticamente da noite para o dia o visual da Praça José de Barros mudou, para melhor, na opinião dos transeuntes. No início do serviço surgiram algumas críticas. Enquanto as rampas eram implantadas todas as árvores foram podadas, aumentando ainda mais a sensação de calor naquela área pública. Mas alguns dias depois um agradável panorama começou a ser apreciado pela população. A própria prefeitura realizou as obras. Sem investimentos milionários, operários da Seduma realizaram a restauração. Utilizaram apenas os recursos disponíveis no Município.
Acerca da poda radical, o secretário municipal explicou haver motivo. Alguns galhos estavam podres e muitos pássaros, principalmente pardais, estavam sujando quem sentava nos bancos espalhados pela praça para conversar.
Outra preocupação era com doenças. Muitas crianças brincam no principal espaço de eventos da cidade nas noites dos fins de semana. Como as ramagens foram cortadas, as pequenas aves serão obrigadas a procurar outro local. Não molestarão os outros visitantes, explicou Carlinhos, demonstrando satisfação com os resultados.
Na opinião do ex-presidente do Conselho Municipal de Portadores de Deficiência (Comudef), Genízio Holanda do Nascimento, não há muito a comemorar. "A obra é apenas um sinal para a universalização da acessibilidade. Ainda resta muita coisa a fazer. A cidade é egoísta. Só pensa nos mais jovens. Mas a culpa não é somente dos gestores. O Comudef está desativado há mais de dois anos. Falta interesse e até mesmo reconhecimento de quem precisa de mecanismos especiais de mobilidade, de suas deficiências. Enquanto essa cultura persistir as barreiras vão continuar", avalia Genízio. Ele utiliza muletas. Tem uma das pernas amputada.
A cadeirante Neíde Ferreira concorda com Genízio. Passados 12 anos da aprovação da Lei 10.098, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, pouca coisa mudou.
Mais informações:
Prefeitura de Quixadá
Rua Tabelião Enéas, 649 - Centro
Sertão Central
Telefone:
(88) 3412.6208
ALEX PIMENTEL
COLABORADOR
COM INFORMAÇÕES DO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
Fotos Valmir