sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Dilma perde a paciência em entrevista pós-debate
A candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), antes do debate promovido pela Globo, no Rio (Ivan Pacheco/VEJA.com)
A TV Globo estabeleceu um tempo-limite de cinco minutos para a entrevista coletiva que cada candidato concedeu logo após o debate desta quinta-feira. Todos respeitaram as regras, menos Dilma Rousseff. A petista não gostou de ser advertida de que lhe restava um minuto para concluir a última resposta. Ela disse que o controle rigoroso do tempo, prática comum para garantir o equilíbrio entre os candidatos, havia se transformado em algo nocivo."Qualquer dia eu vou chegar em casa e a minha filha vai perguntar: 'Como é que você está? Trinta segundos para responder'". Apesar da resposta aparentemente bem-humorada, Dilma de fato se irritou quando o seu tempo se esgotou: tentou continuar falando e, ao ser interrompida por uma das funcionárias responsáveis por organizar a entrevista, resmungou. "Isso virou uma doença", disse ela, antes de deixar a tribuna. (Gabriel Castro, do Rio de Janeiro)
O último debate dos presidenciáveis bloco a bloco
1º bloco
Corrupção, Petrobras e uso dos Correios na campanha do PT
O primeiro bloco do debate entre os candidatos à Presidência começou com uma série de ataques a casos recentes de corrupção. Na primeira pergunta, a candidata do PSOL, Luciana Genro, questionou a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, se o escândalo da Petrobras é resultado das relações do PT com a direita. Em sua resposta, a petista destacou medidas que adotou para combater a corrupção e disse que demitiu o diretor da estatal, Paulo Roberto Costa. “Não tem ninguém acima da corrupção, todo mundo pode cometer, as instituições que devem investigar”, afirmou a petista.
O tema da corrupção seguiu na pergunta do Pastor Everaldo (PSC), que levantou a bola para o candidato Aécio Neves (PSDB), perguntado ao tucano sobre as denúncias de uso da máquina pública envolvendo o PT e os Correios. Aécio disse que “a Petrobras deixou as páginas de economia dos jornais para as policiais” e defendeu a eleição de Pimenta da Veiga (PSDB) em Minas Gerais alegando que o PT não pode controlar estatais como Cemig e Copasa. “O PT perdeu a capacidade de governar”, voltou a dizer o tucano.
Em sua pergunta, Aécio escolheu sua concorrente direta por uma vaga no segundo turno, Marina Silva (PSB) e questionou a ex-ministra sobre sua teoria de “nova política”. “A nova política estava na postura de que mesmo estando em um partido, nunca se rendeu aquilo que é ilícito e ilegal, como é o caso de Mensalão. Você também esteve no partido que começou o Mensalão, que foi a compra da reeleição. E você mesmo continuou no partido. Pessoas boas existem em todos partidos, e pessoas que cometem erros, como nos Mensalões do PT e do PSDB, também existem”, respondeu Marina.
O fim do primeiro bloco foi dominado pelos nanicos, que cobraram de Levy Fidelix (PRTB) por sua declaração no último debate, no qual condenou relações homossexuais dizendo que aparelho excretor não se reproduz”. Eduardo Jorge (PV) o provocou a pedir desculpas pela fala e Fidelix rebateu. Disse que ele é quem devia se envergonhar por fazer apologia a crimes como o uso de maconha e outras drogas. Eduardo Jorge disse que Fidelix está sendo processado pela declaração homofóbica e que vai testemunhar na Justiça contra ele. Quando pensou que ia se livrar do tema, perguntando a Luciana Genro (PSOL) se ela cumpriria um acordo de não perguntar sobre economia, a socialista atacou: “Tu apavorou, chocou, ofendeu e humilhou milhares com seu discurso homofóbico”
Foto: REUTERES- Ricardo Moraes |
2º bloco
Troca de acusações
O segundo bloco teve o primeiro embate direto entre os três principais candidatos. Primeiro, entre o senador Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), que mais uma vez, quando o tema era o papel das estatais, trocaram acusações sobre a Petrobras. Aécio lembrou que a petista nomeou o diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está preso, e disse que a petista não explicou quais foram os relevantes serviços que ele prestou. “Candidata a senhora acaba de dizer que o seu ministro de Minas e Energia chamou o Paulo e pediu para ele pedir demissão?”, questionou. Já Dilma disse que o governo tucano no Palácio do Planalto foi o das privatizações e que Aécio sempre as defendeu. A petista afirmou ainda que há pessoas que combatem a corrupção da Petrobrás com a intenção de enfraquece-la para privatizá-la. Aécio rebateu, dizendo que os tucanos privatizaram o que era preciso.
Já a briga entre Marina e Dilma foi por causa da proposta da candidata do PSB de dar autonomia ao Banco Central. Marina questionou a petista, dizendo que ela defendeu a mesma autonomia em 2010, quando concorreu contra o tucano José Serra. “Qual Dilma fala agora?”, questionou. A presidente rebateu, afirmando que Marina está deliberadamente confundindo autonomia e independência. “No seu programa está escrito de forma clara, independência do Banco Central. Eu respeito autonomia. Só não acho que ela tenha que ser legalizada. Tem que ser uma opção dos governos”, afirmou, emendando que independência só os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) podem ter. A petista atacou mais uma vez, dizendo que Marina devia ler o que escreveram no programa de governo dela.
Marina citou o fato de Dilma, ao ser eleita presidente, não ter ocupado antes mandatos eletivos, nem mesmo de vereadora, e disse que quem fala é a presidente das eleições e não das convicções. “Essa acha que autonomia do Banco Central é ser independente. A autonomia é para combater a inflação alta do seu governo”, rebateu. Dilma se mostrou indignada e perguntou a adversária onde está escrito que é preciso ter sido vereadora para ser presidente.
No segundo bloco, o mediador do debate, Wlian Bonner, interrompeu a pergunta do pastor Everaldo para Aécio Neves, pois o pastor desobedeceu as regras ao elaborar uma questão sobre o Porgrama de Aceleração do Crescimento (PAC) ao invés de perguntar sobre previdência. O pastor ficou desconcertado e fez uma pergunta vazia: "O que o senhor pensa sobre a previdência no Brasil?".
3º bloco
Privatizações, programa habitacional e taxa de juros
No terceiro bloco os temas voltaram a ser livres e quem fez a primeira pergunta foi Luciana Genro, que questionou Aécio Neves sobre privatizações. O debate entre os dois ficou ríspido, com acusações de ambas as partes e Luciana interrompeu a fala do tucano falando para ele não levantar o dedo para ela. “Quem não tem conexão com a realidade é você. Você que anda de jatinho e ganha um grande salário e não sabe a realidade do povo”, atacou Luciana. “Não seja leviana”, rebateu o tucano.
A segunda pergunta foi de Dilma para Aécio, que questionou os planos de Aécio para o Minha Casa, Minha Vida. O tucano disse que pretende aumentar o número de moradias para a população na faixa de três salários mínimos. “Aprendi muito cedo na administração pública que bons projetos devem ser aprimorados e reconhecidos, como o Bolsa Família que foi aprimorado”, afirmou Aécio. Dilma, por sua vez, rebateu dizendo que Aécio conhece o Minha Casa, Minha Vida. Já Aécio defendeu o pionerismo de programas sociais, que na visão dele, foram implantados durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Marina e Dilma voltaram a bater boca, quando a candidata do PSB questionou a petista pelo fato de ela não ter apresentado seu programa de governo. Disse ainda que ela não cumpriu promessas de campanha como abaixar juros e combater a corrupção. “Eu apresentei (programa). Você e Aécio não”, afirmou Marina.
Dilma disse acreditar ter cumprido todos os compromissos. “Hoje o Brasil pratica a menor taxa de juros da história e nunca houve um governo que combateu tanto a corrupção, não varri para debaixo do tapete nem engavetei”, rebateu. A petista disse ter dado autonomia ao Ministério Público e não nomeado um engavetador geral e aproveitou para questionar se os adversários, que dizem que irão continuar os programas sociais do governo, podem fazer isso melhor do que quem os construiu. Marina afirmou que Dilma não cumpriu os compromissos de campanha e não regulamentou lei aprovada no Congresso de combate à corrupção. “A corrupção foi varrida para debaixo do tapete”, acusou.
Pastor Everaldo voltou a falar de corrupção quando teve a oportunidade de perguntar e escolheu Marina Silva. Ambos atacaram a corrupção na Petrobras. Na última pergunta do terceiro bloco Aécio perguntou para Dilma. O tucano criticou a inflação e o crescimento do PIB e perguntou se a petista fracassou na condução da economia.
Dilma acusou o PSDB de ter quebrado o país três vezes e critica Arminio Fraga, apontado como provável Ministro da Fazenda de Aécio, que praticou alta de inflação acima da meta em 2001. “O senhor nega a realidade do que aconteceu no Brasil quando vocês foram governo”. Dilma citou desemprego e taxa Selic elevados, além do que ela considerou “se colocar de joelhos” diante do Fundo Monetário Internacional (FMI). Aécio respondeu que o PSDB reduziu a inflação que era de 916% ao ano para 7% ao ano. Na tréplica, Dilma criticou a proposta de Aécio de fornecimento de remédios dizendo que isso já é feito em seu governo.
4º bloco
Política ambiental e reforma tributária
Novamente com temas preestabelecidos, o quarto bloco fez com que o embate entre os candidatos desse uma trégua para o tema corrupção. O bloco começou com Dilma perguntando a Aécio sobre sua política ambiental. Ela disse que seu governo reduziu o desmatamento e os gases do efeito estufa. Aécio contestou. Segundo o tucano, o governo do PT teve a volta do problema das matas devastadas. “E precisamos mudar rapidamente a matriz energética, o que seu governo não fez. Temos potencial para a energia eólica e potencial para geração de biomassa. A senhora não conseguiu fazer”, afirmou o tucano. Dilma respondeu que 79% da matriz energética do Brasil é ambientalmente correta e que o Brasil reduziu por ano 600 toneladas de dióxido de carbono. Aécio disse que quer governar para reestabelecer a previsibilidade no país e que está preparado para discutir isso no segundo turno.
Em debate com Pastor Everaldo, Marina disse que vai fazer a reforma tributária com simplificação, justiça e transparência. “Hoje o cidadão que paga seus impostos quando vai ao supermercado não sabe que está pagando mais imposto do que quem tem avião ou um iate”, disse. Ao falar sobre capital privado, Marina usou a pergunta para Eduardo Jorge para dizer que hoje a realidade é de baixo investimento no Brasil e prometer que vai trabalhar para manter os juros baixos.
Respondendo Luciana Genro sobre a taxação das grandes fortunas, Dilma disse que eu governo incluiu os pobres no orçamento e demonstrou que as políticas sociais são o centro. “Se tem um governo que pode se orgulhar das políticas sociais que fez é o nosso”, afirmou. Apontou ainda as desonerações da cesta básica, na folha de pagamento e em bens ‘fundamentais na vida da dona de casa”.
Considerações finais
Nas considerações finais, Pastor Everaldo atacou Dilma, dizendo que a Constituição Brasileira diz que é princípio das relações internacionais repudiar o terrorismo e o racismo e lamentou declarações de Dilma na ONU que “defendeu diálogo com terroristas”. Marina preferiu falar direito ao eleitor. Disse que a sociedade brasileira tem um desejo profundo de mudança e se colocou como solução. Depois afirmou que Dilma se recusou a assinar acordo para proteger as florestas do Brasil e convidou o eleitor a votar no dia 5 “sem medo”. Levy disse que jamais incitou ódio e rancor contra ninguém e apontou a inversão de valores no país. Agradeceu e disse que sabe que não vai ganhar.
Dilma destacou a importância das eleições e disse que tem mais experiência, capacidade e compromisso com os trabalhadores. Além de apoio e força política no Congresso para fazer reformas, além de força para projetar país no cenário internacional. Eduardo Jorge destacou que pretender enfrentar o “consumismo materialista do capitalista” e clamou pelo voto no primeiro turno, para poder ter influência no segundo turno.
O tucano Aécio Neves destacou o batizado de seus filhos em São João del Rey e de agradeceu os brasileiros. “Eu acredito e acredito muito que podemos fazer um governo transformador”, entende Aécio, que também pediu o voto. Por fim, Luciana Genro também pediu o voto na candidatura dela, que “vocaliza” as bandeiras da juventude, movimento sindical, trabalhadores sem-terra e movimento LGBT.
Regras do debate
O último debate entre os candidatos à Presidência antes do primeiro turno, transmitido pela TV Globo, teve quatro blocos e duas horas de duração. No primeiro bloco, os candidatos puderam fazer perguntas sobre temas livres.
Participaram do debate os candidatos cujos partidos possuem representação na Câmara dos Deputados: Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB) e Pastor Everaldo (PSC).
No segundo e no quarto blocos, o mediador sorteou temas específicos.
No terceiro os candidatos escolheram temas livres mais uma vez.
Cada candidato teve 30 segundos para formular a pergunta, um minuto e 30 segundos para a resposta, 40 segundos para réplica e 40 segundos para tréplica. O quarto bloco foi destinado também às considerações finais dos presidenciáveis.
Troca de acusações
O segundo bloco teve o primeiro embate direto entre os três principais candidatos. Primeiro, entre o senador Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), que mais uma vez, quando o tema era o papel das estatais, trocaram acusações sobre a Petrobras. Aécio lembrou que a petista nomeou o diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que está preso, e disse que a petista não explicou quais foram os relevantes serviços que ele prestou. “Candidata a senhora acaba de dizer que o seu ministro de Minas e Energia chamou o Paulo e pediu para ele pedir demissão?”, questionou. Já Dilma disse que o governo tucano no Palácio do Planalto foi o das privatizações e que Aécio sempre as defendeu. A petista afirmou ainda que há pessoas que combatem a corrupção da Petrobrás com a intenção de enfraquece-la para privatizá-la. Aécio rebateu, dizendo que os tucanos privatizaram o que era preciso.
Já a briga entre Marina e Dilma foi por causa da proposta da candidata do PSB de dar autonomia ao Banco Central. Marina questionou a petista, dizendo que ela defendeu a mesma autonomia em 2010, quando concorreu contra o tucano José Serra. “Qual Dilma fala agora?”, questionou. A presidente rebateu, afirmando que Marina está deliberadamente confundindo autonomia e independência. “No seu programa está escrito de forma clara, independência do Banco Central. Eu respeito autonomia. Só não acho que ela tenha que ser legalizada. Tem que ser uma opção dos governos”, afirmou, emendando que independência só os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) podem ter. A petista atacou mais uma vez, dizendo que Marina devia ler o que escreveram no programa de governo dela.
Marina citou o fato de Dilma, ao ser eleita presidente, não ter ocupado antes mandatos eletivos, nem mesmo de vereadora, e disse que quem fala é a presidente das eleições e não das convicções. “Essa acha que autonomia do Banco Central é ser independente. A autonomia é para combater a inflação alta do seu governo”, rebateu. Dilma se mostrou indignada e perguntou a adversária onde está escrito que é preciso ter sido vereadora para ser presidente.
No segundo bloco, o mediador do debate, Wlian Bonner, interrompeu a pergunta do pastor Everaldo para Aécio Neves, pois o pastor desobedeceu as regras ao elaborar uma questão sobre o Porgrama de Aceleração do Crescimento (PAC) ao invés de perguntar sobre previdência. O pastor ficou desconcertado e fez uma pergunta vazia: "O que o senhor pensa sobre a previdência no Brasil?".
3º bloco
Privatizações, programa habitacional e taxa de juros
No terceiro bloco os temas voltaram a ser livres e quem fez a primeira pergunta foi Luciana Genro, que questionou Aécio Neves sobre privatizações. O debate entre os dois ficou ríspido, com acusações de ambas as partes e Luciana interrompeu a fala do tucano falando para ele não levantar o dedo para ela. “Quem não tem conexão com a realidade é você. Você que anda de jatinho e ganha um grande salário e não sabe a realidade do povo”, atacou Luciana. “Não seja leviana”, rebateu o tucano.
A segunda pergunta foi de Dilma para Aécio, que questionou os planos de Aécio para o Minha Casa, Minha Vida. O tucano disse que pretende aumentar o número de moradias para a população na faixa de três salários mínimos. “Aprendi muito cedo na administração pública que bons projetos devem ser aprimorados e reconhecidos, como o Bolsa Família que foi aprimorado”, afirmou Aécio. Dilma, por sua vez, rebateu dizendo que Aécio conhece o Minha Casa, Minha Vida. Já Aécio defendeu o pionerismo de programas sociais, que na visão dele, foram implantados durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Marina e Dilma voltaram a bater boca, quando a candidata do PSB questionou a petista pelo fato de ela não ter apresentado seu programa de governo. Disse ainda que ela não cumpriu promessas de campanha como abaixar juros e combater a corrupção. “Eu apresentei (programa). Você e Aécio não”, afirmou Marina.
Dilma disse acreditar ter cumprido todos os compromissos. “Hoje o Brasil pratica a menor taxa de juros da história e nunca houve um governo que combateu tanto a corrupção, não varri para debaixo do tapete nem engavetei”, rebateu. A petista disse ter dado autonomia ao Ministério Público e não nomeado um engavetador geral e aproveitou para questionar se os adversários, que dizem que irão continuar os programas sociais do governo, podem fazer isso melhor do que quem os construiu. Marina afirmou que Dilma não cumpriu os compromissos de campanha e não regulamentou lei aprovada no Congresso de combate à corrupção. “A corrupção foi varrida para debaixo do tapete”, acusou.
Pastor Everaldo voltou a falar de corrupção quando teve a oportunidade de perguntar e escolheu Marina Silva. Ambos atacaram a corrupção na Petrobras. Na última pergunta do terceiro bloco Aécio perguntou para Dilma. O tucano criticou a inflação e o crescimento do PIB e perguntou se a petista fracassou na condução da economia.
Dilma acusou o PSDB de ter quebrado o país três vezes e critica Arminio Fraga, apontado como provável Ministro da Fazenda de Aécio, que praticou alta de inflação acima da meta em 2001. “O senhor nega a realidade do que aconteceu no Brasil quando vocês foram governo”. Dilma citou desemprego e taxa Selic elevados, além do que ela considerou “se colocar de joelhos” diante do Fundo Monetário Internacional (FMI). Aécio respondeu que o PSDB reduziu a inflação que era de 916% ao ano para 7% ao ano. Na tréplica, Dilma criticou a proposta de Aécio de fornecimento de remédios dizendo que isso já é feito em seu governo.
4º bloco
Política ambiental e reforma tributária
Novamente com temas preestabelecidos, o quarto bloco fez com que o embate entre os candidatos desse uma trégua para o tema corrupção. O bloco começou com Dilma perguntando a Aécio sobre sua política ambiental. Ela disse que seu governo reduziu o desmatamento e os gases do efeito estufa. Aécio contestou. Segundo o tucano, o governo do PT teve a volta do problema das matas devastadas. “E precisamos mudar rapidamente a matriz energética, o que seu governo não fez. Temos potencial para a energia eólica e potencial para geração de biomassa. A senhora não conseguiu fazer”, afirmou o tucano. Dilma respondeu que 79% da matriz energética do Brasil é ambientalmente correta e que o Brasil reduziu por ano 600 toneladas de dióxido de carbono. Aécio disse que quer governar para reestabelecer a previsibilidade no país e que está preparado para discutir isso no segundo turno.
Em debate com Pastor Everaldo, Marina disse que vai fazer a reforma tributária com simplificação, justiça e transparência. “Hoje o cidadão que paga seus impostos quando vai ao supermercado não sabe que está pagando mais imposto do que quem tem avião ou um iate”, disse. Ao falar sobre capital privado, Marina usou a pergunta para Eduardo Jorge para dizer que hoje a realidade é de baixo investimento no Brasil e prometer que vai trabalhar para manter os juros baixos.
Respondendo Luciana Genro sobre a taxação das grandes fortunas, Dilma disse que eu governo incluiu os pobres no orçamento e demonstrou que as políticas sociais são o centro. “Se tem um governo que pode se orgulhar das políticas sociais que fez é o nosso”, afirmou. Apontou ainda as desonerações da cesta básica, na folha de pagamento e em bens ‘fundamentais na vida da dona de casa”.
Considerações finais
Nas considerações finais, Pastor Everaldo atacou Dilma, dizendo que a Constituição Brasileira diz que é princípio das relações internacionais repudiar o terrorismo e o racismo e lamentou declarações de Dilma na ONU que “defendeu diálogo com terroristas”. Marina preferiu falar direito ao eleitor. Disse que a sociedade brasileira tem um desejo profundo de mudança e se colocou como solução. Depois afirmou que Dilma se recusou a assinar acordo para proteger as florestas do Brasil e convidou o eleitor a votar no dia 5 “sem medo”. Levy disse que jamais incitou ódio e rancor contra ninguém e apontou a inversão de valores no país. Agradeceu e disse que sabe que não vai ganhar.
Dilma destacou a importância das eleições e disse que tem mais experiência, capacidade e compromisso com os trabalhadores. Além de apoio e força política no Congresso para fazer reformas, além de força para projetar país no cenário internacional. Eduardo Jorge destacou que pretender enfrentar o “consumismo materialista do capitalista” e clamou pelo voto no primeiro turno, para poder ter influência no segundo turno.
O tucano Aécio Neves destacou o batizado de seus filhos em São João del Rey e de agradeceu os brasileiros. “Eu acredito e acredito muito que podemos fazer um governo transformador”, entende Aécio, que também pediu o voto. Por fim, Luciana Genro também pediu o voto na candidatura dela, que “vocaliza” as bandeiras da juventude, movimento sindical, trabalhadores sem-terra e movimento LGBT.
Regras do debate
O último debate entre os candidatos à Presidência antes do primeiro turno, transmitido pela TV Globo, teve quatro blocos e duas horas de duração. No primeiro bloco, os candidatos puderam fazer perguntas sobre temas livres.
Participaram do debate os candidatos cujos partidos possuem representação na Câmara dos Deputados: Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB) e Pastor Everaldo (PSC).
No segundo e no quarto blocos, o mediador sorteou temas específicos.
No terceiro os candidatos escolheram temas livres mais uma vez.
Cada candidato teve 30 segundos para formular a pergunta, um minuto e 30 segundos para a resposta, 40 segundos para réplica e 40 segundos para tréplica. O quarto bloco foi destinado também às considerações finais dos presidenciáveis.
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Funceme registra chuva em 24 municípios do Ceará
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuvas em 24 municípios do Ceará na noite desta quarta-feira e madrugada desta quinta, 02. As precipitações foram localizadas, mas ocorreram em várias regiões e não são comuns para esta época do ano.
As dez maiores chuvas registradas pela Funceme ocorreram nos seguintes municípios: Ipueiras (49mm); Arneiroz (36mm); Choró (28mm); Cedro, em Várzea da Conceição (23mm); Crateús (15.6 mm); Ipueiras (15mm); Ibicuitinga (14.9mm); Lavras Da Mangabeira (14.2mm); Iguatu (14mm) e Ibaretama (12mm).
Há 12 dias que a Funceme não registrava chuvas significativas no Ceará. No último dia 19 de setembro, houve precipitação em 28 municípios, sendo a maior em Várzea Alegre (33mm). No início do mês de setembro houve registros, mas em menos de cinco municípios e com reduzida pluviometria.
De acordo com o meteorologista da Funceme, Leandro Valente, a influência de áreas de instabilidade atmosférica que se formam por causa da presença de um Cavado de Altos Níveis (CAN) sobre o Nordeste brasileiro, deixou o tempo instável. “A aproximação desse sistema, cujo centro está no Oceano Atlântico, favorece a ocorrência de chuvas”, explicou Valente. “Nas bordas do CAN há precipitações, enquanto que no centro fica desfavorável”.
Eleições 2014: Mais de 55 Mil eleitores poderão ir às urnas na terra de Antônio Conselheiro
O município de Quixeramobim é o terceiro maior colégio eleitoral da região e neste domingo, 05, serão 55.708 eleitores aptos para irem às urnas na terra de Antônio Conselheiro. São 97 locais de votação em 186 sessões.
O município de Quixadá possui o maior colégio eleitoral da região com 57.192, seguido por Canindé- 57.000, Boa Viagem - 42.340, Pedra Branca - 36.204, Senador Pompeu - 21.683, Itatira - 16.749, Solonópole - 14.633, Banabuiú - 14.018, Madalena - 13.484, Choró - 11.694, Milhã - 11.326 e Ibaretama - 11.260.
Confira o que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite durante este período e o que é proibido para os candidatos e para os eleitores.
Alto-falante
Até a véspera do dia da eleição, entre 8h e 22h, alto-falantes e amplificadores de som são permitidos. Porém, não devem ser instalados a menos de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo. O som também não é permitido perto de tribunais de Justiça, quartéis, hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, em horário de funcionamento dos estabelecimentos.
Brindes
É proibido fabricar e distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas e demais brindes, com o nome do candidato. Distribuir cesta básica também é crime eleitoral. De acordo com o TSE, os bens podem proporcionar vantagem ao eleitor. O responsável pode responder por captação ilícita de votos e abuso de poder.
Cargos públicos
Até depois da eleição, é proibido nomear ou demitir funcionários comissionados. Também é proibida a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o dia 5 de julho.
Carreatas
Até as 22h do dia que antecede as eleições, carreatas, passeatas e caminhadas são permitidas pelo TSE. Também é permitido distribuir material gráfico pelas cidades. O carro de som, que circule divulgando jingles e mensagens de candidatos, é autorizado. No entanto, o TSE proíbe usar os microfones do evento a fim de transformar o ato em comício.
Comícios e shows
Comícios são autorizados das 8h à 0h até 2 de outubro, para o primeiro turno, e até 23 de outubro para o segundo turno. Também pode ser utilizada aparelhagem de sonorização fixa e trio elétrico, desde que permaneça parado durante o evento, servindo como suporte para divulgação de jingles e mensagens de candidatos. O que não pode é a realização de shows, remunerados ou não, de artistas com a finalidade de animação. A licença da polícia não é necessária para a organização do evento. Mas as autoridades policiais devem ser comunicadas em, no mínimo, 24 horas antes da realização do comício.
Cartazes
Devem ser instalados apenas em bens particulares observado o limite máximo de 4m². Não podem ser colocados em troca de dinheiro ou de qualquer tipo de pagamento pelo espaço utilizado. A propaganda deve ser feita espontânea e gratuitamente. Não é permitida a colocação de diversas placas se a dimensão total da propaganda extrapolar 4m². Outdoors são proibidos, independentemente do local. A empresa responsável, o partido, as coligações e os candidatos podem ser multados por isso.
Cavalete
São permitidos cartazes móveis, cavaletes, bandeiras ao longo das vias públicas, desde que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. Mas devem ser colocados e retirados diariamente, entre 6h e 22h. Não é permitido colocar propaganda em postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e árvores.
Folhetos
São autorizados até as 22h do dia que antecede as eleições e não depende de licença municipal ou de autorização da Justiça Eleitoral. Todo material impresso de campanha deve conter também o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção e da contratação do produto, além da tiragem.
Internet
O internauta tem direito de se manifestar na rede mundial, desde que se identifique. Caso ele mantenha o anonimato, poderá ser multado em até R$ 30 mil. Também é permitida propaganda eleitoral por meio de blogs, redes sociais e mensagens instantâneas. Propagandas por e-mail devem conter uma forma do internauta deixar de receber aquele conteúdo. No entanto, não é permitida nenhuma forma de propaganda eleitoral paga. O TSE também veta propaganda em sites de empresas ou em sites hospedados por entidades ou órgãos públicos.
Propaganda política
Dois dias antes e um dia após a eleição, o TSE veda qualquer propaganda política no rádio ou na televisão. Isso inclui rádios comunitárias e televisão por assinatura. Já na internet — nos sites e blogs do candidato ou partido — a propaganda política gratuita está liberada nesse período. Até a antevéspera das eleições, propagandas em jornais e revistas são permitidas. No anúncio, deve constar o valor pago pela inserção. A propaganda via telemarketing é proibida em qualquer horário.
No dia da eleição
No dia da votação, a realização de carreatas ou comícios, o uso de alto-falantes e amplificadores de som são considerados crime, com punição que pode variar de seis meses a um ano de detenção. O eleitor pode manifestar opinião política com uso de broches, bandeiras e adesivos de forma silenciosa e individual. A partir do momento em que ele se junta a mais pessoas, a Justiça eleitoral entende como manifestação coletiva, atitude proibida. Os santinhos (folhetos com nome e número do candidato) não podem ser distribuídos. A "cola" eleitoral, quando o eleitor anota os números dos candidatos para levar à urna, é autorizada.
Quixeramobim, 03 de Outubro - 2014
REDAÇÃO
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