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Agência Lusa /EPA /Giuseppe
Lami |
Na primeira celebração de 2016, o papa
Francisco pediu o fim da indiferença na
humanidade e lembrou que hoje (1°) é o Dia
Mundial da Paz. Segundo Francisco, apenas a
misericórdia – tema do Jubileu católico – pode
"regenerar” o homem para que “ele vença a
indiferença que impede a solidariedade e que
saia da falsa neutralidade que cria obstáculos
que impedem a partilha”.
Durante a homilia, Francisco retomou um dos
temas de que mais falou em 2015 e ressaltou
que “as múltiplas formas de injustiça e de
violência ferem cotidianamente a
humanidade”.
“
Às vezes, nos perguntamos: como é possível que perdure a opressão sobre o homem? Que a
arrogância continue a humilhar os mais fracos, deixando-os às margens mais abandonadas do
nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará sobre a terra a violência e o ódio,
provocando vítimas inocentes?”, refletiu o líder católico.
Ao falar sobre imigrantes, o papa questionou: “Como pode haver plenitude em um tempo em
que se coloca, diante de nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças que fogem
da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a sua vida para ver respeitados os seus
direitos fundamentais?”
Segundo Francisco, “um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude
do tempo idealizada por Cristo”. No entanto, nas palavras do papa, “esse rio nada pode contra
o oceano de misericórdia que inunda o nosso mundo”.
Francisco lembrou o Dia Mundial da Paz e destacou a importância de desejar o bem para os
outros durante o primeiro dia de um novo ano.
“No início do ano, é bonito trocar saudações. Renovamos assim de um para outro o desejo de
que aquele que começa seja um pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos
anima e nos convida a acreditar na vida. Mas, sabemos que, com o ano novo, não mudará tudo
e muitos problemas de ontem permanecerão amanhã”, disse o líder católico, pedindo para que
os fiéis acreditem em Deus como forma de mudar o futuro.
“O Pai é um apaixonado pelo homem que não se cansa jamais de recomeçar conosco para nos
renovar. Mas Ele não promete mudanças mágicas porque Ele não usa uma varinha mágica. Ele
ama mudar a realidade por dentro, com paciência e amor. Pede para entrar na nossa vida com
delicadeza, como a chuva na terra, para criar frutos. E sempre nos espera com tenacidade”,
concluiu.
Na tarde desta sexta-feira, o papa abrirá a Porta Santa da Basílica de Santa Maggiore, em mais
uma etapa do Ano Santo Extraordinário.
Da Agência Ansa