CEARÁ ALCANÇA DOIS MILHÕES DE VEÍCULOS NAS RUAS
O estado do Ceará alcançou, em abril, o número de 2.000.000 de veículos circulando em nossas estradas. A marca foi registrada em abril e inclui todos os tipos de veículos, como automóveis, motos, caminhões, microônibus, ônibus e reboques. E como a entrada de novos veículos no mercado não para, já ultrapassamos a marca. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), chegamos ao final de abril com 2.002.366 veículos registrados no Ceará.
A marca de dois milhões de veículos é reflexo da alta velocidade na venda. Somente nos quatro primeiros meses de 2012, quase 60 mil novos veículos passaram a circular no Estado. Foram feitos 59.202 novos cadastros. O equivalente a 489 veículos a mais por dia circulando em nossas ruas.
Segundo dados do Detran-CE, a média de novos veículos ingressando por dia vem aumentando nos últimos anos. De 2001 a 2011, a média diária de novos registros passou de 184 veículos para 648 veículos. Por isso, é bem provável que ao pegar o trânsito na próxima segunda-feira para ir ao trabalho, o fortalezense encontre 1.200 carros nas ruas do que quando encerrou o expediente na sexta-feira.
De acordo com o Departamento de Trânsito, o crescimento na frota de veículos no Ceará foi 157,50% nos últimos 11 anos. Esse aumento foi puxado, sobretudo, pelas cidades do Interior, que registraram alta de 225,44% na frota.
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Incentivo aumenta vendas
Para a professora do campus Sobral da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisadora de mobilidade humana, Gislene Macedo, existem muito incentivo à compra de veículos particulares e pouco investimento em transporte público. O resultado é um trânsito caótico. "O aumento da frota vem junto com vários incentivos do Governo Federal em larga escala, como a redução do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) sob o argumento de manter a economia estável", afirma. Com mais carros nas ruas, a disputa por espaço fica, segundo a pesquisadora, mais acirrada e estressante.
Para piorar, não há, segundo Macedo, estímulo para o uso de transporte de público. "A quantidade de pessoas que usam o transporte público é maior do que o número de pessoas que usam transporte individual, mas a maior parte dos recursos públicos é utilizada para atender quem anda motorizado e não para quem depende de transporte coletivo", afirma Gislene Macedo.
Para mudar essa realidade, a pesquisadora acredita que é preciso que os administradores públicos conheçam o transporte coletivo de perto. "Enquanto o transporte público não for utilizado pelos gestores por não considerarem digno, então esse transporte não é digno para as pessoas que usam", afirma.
Com informação do Jornal O Povo.