Iguatu. Este é o último mês da quadra invernosa no Ceará e a tendência para os próximos dias é de redução da pluviometria, com ocorrência de chuvas isoladas e fracas. Ontem, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou precipitações em 63 municípios, mas de baixa intensidade, com predominância no Litoral de Fortaleza e do Pecém.
A maior chuva foi registrada em Trairi (26mm), seguida de São Benedito (24mm), Banabuiú (21,8mm), Apuiarés (20mm), Nova Russas (19mm), Itatira (18mm), Crateús (15mm), Ipueiras (14,5mm), Mulungu (14mm) e Iguatu (14mm). De acordo com a meteorologista da Funceme, Cláudia Rickes, as precipitações de ontem foram influenciadas pelo sistema conhecido como Ondas de Leste que se formou nos últimos dias 21 e 22, mas que perdeu força desde ontem.
O sistema Ondas Leste tem predominância na região litorânea, mas pode atingir outras áreas do Estado. É decorrente de ventos úmidos a partir do Oceano, desde a costa da África e atua na direção de Leste para Oeste. “Geralmente atinge a costa Leste do Nordeste, mas desta vez chegou a Fortaleza, avançando sobre o Ceará”, explicou Cláudia Rickes. “É uma linha de nuvens que se desloca para Oeste e tem duração curta de três ou quatro dias”, completou.
A Funceme prevê para hoje possibilidade de chuvas ocasionais, durante a madrugada e para o dia céu entre parcialmente nublado e claro. Amanhã, não há previsão de precipitações para o sertão, mas pode ocorrer chuvas isoladas na faixa litorânea. Para os próximos sete dias, a tendência de redução significativa da pluviometria.
Cultivo
Muitos produtores rurais fizeram cultivo de milho e de feijão tardio, em abril, motivados por chuvas que se verificaram no início daquele mês. Agora o cultivo precisa de água para o desenvolvimento. “Quem plantou mais tarde corre o risco de perder a lavoura”, disse o secretário de Desenvolvimento Agrário de Várzea Alegre, André Fiúza. “Outras áreas já estão asseguradas e talvez só precisem de uma ou outra chuva”.
As regiões Centro-Sul e Sul (Cariri cearense) foram favorecidas por boas chuvas que garantiram a safra de sequeiro de milho, feijão, mandioca e de forragem para o gado. Entretanto, as regiões dos Inhamuns, Sertão Central, parte do Vale do Jaguaribe, Sertões de Canindé e de Crateús amargaram mais um ano de reduzida produção agrícola, perda da lavoura e de baixa reservade água nos açudes de médio e grande portes.
Mesmo na região Centro-Sul, há áreas de produção que necessitam de mais chuvas, mesmo de reduzida intensidade até a primeira quinzena de junho. Na localidade de Cascudo, zona rural de Icó, o plantio de milho ainda precisa de água para o completo desenvolvimento, formação das espigas. “Plantamos mais uma vez acreditando que iria chover bem em maio, mas isso não ocorreu”, disse o produtor rural, Antônio Lima. “Agora o plantio corre o risco de secar e perder toda a produção”. Na localidade de Santa Rosa, zona rural de Iguatu, o verde das plantações principalmente do feijão de corda toma de conta das terras. Muitos agricultores já estão colhendo as vagens. Fartura na mesa, e alegria das famílias que sobrevivem do plantio de sequeiro (aquele que depende das chuvas).
Desafio
A região foi uma das muitas castigadas pela seca nos últimos dois anos, mas as chuvas caídas nos meses de março e abril passados, contribuíram neste ano para amenizar o calor e mudar a paisagem do sertão. Quem diz isso é o experiente agricultor Francisco José Guilherme, conhecido como Chico Chandô, com os seus 87 anos de vida. Seu Chico começou a trabalhar cedo, aos oito anos de idade. “Todos os anos enfrento o desafio de produzir, esperando pelas chuvas”, contou. “Neste ano, que disseram que iria ser seco, deu certo, houve chuva e produção”. O relato mostra que a realidade no sertão do Ceará não é uniforme, houve em 2014 predominou da redução da área de cultivo e a perda de lavoura.
Mais informações
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme
Fortaleza
Telefone: (85) 3101. 1117
Www.Funceme.Br/chuvasdiarias
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Honório Barbosa
Repórter
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Fonte: Diário do Nordeste
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