Pela quinta vez consecutiva, o Brasil está entre os países de maior carga tributária, mas continua sendo o que proporciona o pior retorno dos valores arrecadados à população em termos de saúde, educação, transporte, segurança, saneamento, pavimentação das estradas e outros.
É o que mostra o Estudo da relação da carga tributária versus retorno dos recursos à população em termos de qualidade de vida, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O levantamento mensurou os 30 países de maior carga tributária em relação à riqueza gerada — ou Produto Interno Bruto (PIB) — e verifica se os valores arrecadados retornam para a sociedade, através de serviços que visam ao bem-estar da população.
Os Estados Unidos ocupam a primeira colocação no ranking, oferecendo melhor retorno aos cidadãos, seguido da Austrália, Coréia do Sul e Irlanda. O Brasil aparece na 30ª colocação, atrás de nações vizinhas, como Uruguai e Argentina, classificados na 13ª e 24ª posição, respectivamente, em termos de retorno aos contribuintes.
— A Bélgica, que tinha uma carga tributária de 44% em 2011 e ocupava a 25ª colocação no ranking do estudo anterior, passou a ser o 8ª país com melhor retorno à sua população e reduziu sua carga para 30,70%. O Brasil, no entanto, permanece como o último colocado e, apesar de registrar sucessivos recordes de arrecadação de tributos, ainda não oferece condições adequadas para o desenvolvimento da sociedade — observa o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Para medir esse retorno, o IBPT criou o Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade (IRBES), que mede a contrapartida dada ao contribuinte pelos impostos que paga ao governo federal, estaduais e municipais. Para o estudo, o instituto considerou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012 e a carga tributária brasileira, do mesmo ano.
De acordo com Olenike, os brasileiros se lembram que pagam tributos apenas nesta época de entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
— No entanto, mesmo aqueles que são isentos da declaração pagam IPVA, IPTU, taxas de serviços públicos, além dos tributos embutidos em produtos e serviços que consomem durante todo o ano — alerta.
fonte: diario catarinense
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