terça-feira, 19 de março de 2013

Região serrana do RJ - Chuva deixa ao menos 16 mortos em Petrópolis


A chuva forte que atingiu o Estado do Rio de Janeiro na noite de domingo deixou ao menos 16 mortos na cidade de Petrópolis, na região serrana, a mais atingida pelo temporal que provocou deslizamentos de terra e alagamentos em consequência de transbordamento de rios.

Entre os mortos estão dois técnicos da Defesa Civil do município, informou o governador Sérgio Cabral (PMDB) durante visita ontem a Petrópolis, onde anunciou a liberação de R$ 3 milhões para um fundo de emergência municipal. Os técnicos trabalhavam no resgate de vítimas das chuvas.

Foram registrados 21 deslizamentos de terra em Petrópolis, causando a maioria das mortes, segundo os bombeiros.

"Estamos ainda em alerta máximo, total alerta máximo", disse Cabral a jornalistas.

"O prefeito (Rubens Bomtempo, PSB, de Petrópolis) está monitorando os riscos iminentes ainda. Fazemos um apelo a todos para que as pessoas deixem as áreas de risco, não fiquem em suas residências em áreas de risco", acrescentou. Imagens de televisão mostraram o centro da cidade de Petrópolis alagado em consequência do transbordamento do Rio Quitandinha, e diversos carros debaixo d´água. Também houve alagamentos na Baixada Fluminense.

Os deslizamentos provocaram ainda bloqueios em estradas da região. De acordo com a Secretaria da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estadual, a localidade mais afetada pela chuva em Petrópolis, Quitandinha, teve um acúmulo de 390 mm de precipitação em 24 horas. O esperado para o mês era 287 mm na cidade, segundo cálculos do Instituto Somar.

Também foram atingidos os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Niterói e Teresópolis. Cidades do litoral norte de São Paulo e da baixada santista também sofreram os efeitos da chuva.

Em São Sebastião, no litoral norte paulista, a prefeitura decretou estado de calamidade pública. Cerca de mil pessoas foram atingidas pelas chuvas no município e o temporal também bloqueou estradas, como a rodovia Rio-Santos, e derrubou pontes na cidade. Em Cubatão, na Baixada Santista, foi decretado estado de alerta. A chuva deixou famílias desabrigadas e alagou ruas do município.

Planalto

A presidente Dilma Rousseff afirmou em Roma, onde participa de cerimônias para comemorar a posse do papa Francisco, que telefonou para Cabral e disse que o governo federal está "provendo todos os recursos necessários" para ajudar as vítimas.

Dilma também negou falhas no sistema de prevenção a desastres e repetiu o apelo de Cabral para que moradores deixem áreas de risco. "A nossa prevenção, hoje, avisa as pessoas. Eu acho que vão ter de ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar, porque aí não tem prevenção que dê conta", disse.

Atingida em 2011

A região serrana do Rio foi atingida em janeiro de 2011 pelo maior desastre climático da história do País, quando um outro temporal de grandes proporções deixou quase mil mortos e destruiu diversas casas, além de alterar a geografia e a topografia de bairros e localidades urbanas e rurais no estado.

5 mil famílias em área de risco

Petrópolis (RJ) A cidade, na região serrana fluminense, tem cerca de 5 mil famílias vivendo em áreas de risco, de acordo com informações do prefeito Rubens Bomtempo. Mas, por enquanto, a prefeitura só prevê retirar e realocar 164 delas. E esse trabalho só deve ser concluído no prazo de três anos, informou.

"São cerca de 700 pessoas que vivem na Estrada da Saudade. Quando serão removidas? Estamos em um processo de licitação. Se der tudo certo, vamos começar o mais rápido possível. Mas é obra para três anos, porque são áreas de difícil acesso e que envolve um processo social. Não é nada fácil", disse.

Nenhuma casa pronta

Nenhuma das casas populares prometidas pelo governo estadual aos desabrigados das chuvas da região serrana do Rio, há dois anos, ficou pronta. Em Petrópolis, por exemplo, as 368 casas previstas nem saíram do papel. Mais de mil famílias ainda vivem do aluguel social na cidade. Nova Friburgo é a única das cidades onde as obras já começaram. Há 2.100 imóveis em construção. As chuvas que devastaram a região de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo em janeiro de 2011 deixaram mais de 900 mortos.

Em agosto de 2012 o governo federal liberou R$ 545 milhões para a construção de casas e obras de prevenção nas três cidades, mas as licitações, feitas pelo governo do Estado, ainda não foram concluídas.

Ministro vai ao Rio

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, irá ao Rio hoje para acompanhar a situação em áreas atingidas.

De acordo com o ministério, técnicos da defesa civil nacional também compõem a equipe que irá ao Rio hoje, responsável por coordenar as ações em casos de desastres, além de reforçar o trabalho de socorro e assistência à população vitimada.

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