foto Valmir Holanda |
Numa conversa íntima com a Ponte Metálica de Quixeramobim, que prefere ser chamada só de “ponte”, desse jeito, eu pude ouvir histórias que não há em lugar, ouvi até sobre você, amiga leitora e amigo leitor, não contarei todas, aliás, não contarei nenhuma, por não ficar em falta com as outras. Mas confesso, ela disse gostar de você.
– Receber visita é deleitável, mas elas não dependem só de mim. Sempre estou por aqui.
A ponte liberta, permita-se ser!
A ponte por si só é um grito.
De uns tempos pra cá o movimento nela cresceu, os jovens trataram de ocupar, ocupação além da dos ocupados que rápido por ali sempre passam. Melhor assim. Desse jeito.
– Cadê? Pergunto sobre o rio, apontando para baixo.
– O rio sob mim faz um tempo que não sobe, você já sabe, é desse jeito. Mas é isso, quem pode mandar? A ponte, não mais parada, me responde quase indignada.
Além de visita: poesia. Emana. Sopra. Derrama. Se faz camarote do nascer e do pôr. E o devir? Travessia! Que acompanha a vontade de ficar. Ou voltar. Um sentimento perene que caminha do outro lado pra cá, um sentimento ponte. Que recebe qualquer um, exceto o preconceito.
Apesar do movimento ascendente, a senhora Metálica (que ela não leia isso), espera receber mais visitas, disse adorar tirar selfies, e declarou que não se incomoda em ser cama de bêbado, “pode vir, outrora já estive desse jeito na Bélgica, ponte também sofre, tá pensando o quê?!”
Além de visita: educa.
Do outro lado da ponte ou da ponte pra cá é onde estamos, o ponto de vista é um ponto de visita, são muitos. E eis que assim, desse jeito, possamos entender, ir até a ponte, aceitar cada um, ser além de um crítico estático, uma ponte em movimento, o próprio caminho.
Detalhe –
A Ponte Metálica de Quixeramobim foi construída em complemento à estrada de ferro da cidade. Suas peças foram trazidas da Bélgica, tendo inauguração em 1899, ela possui 208 metros de extensão com 488 toneladas de estrutura.
Texto: Samuel Maciel
– Receber visita é deleitável, mas elas não dependem só de mim. Sempre estou por aqui.
A ponte liberta, permita-se ser!
A ponte por si só é um grito.
De uns tempos pra cá o movimento nela cresceu, os jovens trataram de ocupar, ocupação além da dos ocupados que rápido por ali sempre passam. Melhor assim. Desse jeito.
– Cadê? Pergunto sobre o rio, apontando para baixo.
– O rio sob mim faz um tempo que não sobe, você já sabe, é desse jeito. Mas é isso, quem pode mandar? A ponte, não mais parada, me responde quase indignada.
Além de visita: poesia. Emana. Sopra. Derrama. Se faz camarote do nascer e do pôr. E o devir? Travessia! Que acompanha a vontade de ficar. Ou voltar. Um sentimento perene que caminha do outro lado pra cá, um sentimento ponte. Que recebe qualquer um, exceto o preconceito.
Apesar do movimento ascendente, a senhora Metálica (que ela não leia isso), espera receber mais visitas, disse adorar tirar selfies, e declarou que não se incomoda em ser cama de bêbado, “pode vir, outrora já estive desse jeito na Bélgica, ponte também sofre, tá pensando o quê?!”
Além de visita: educa.
Do outro lado da ponte ou da ponte pra cá é onde estamos, o ponto de vista é um ponto de visita, são muitos. E eis que assim, desse jeito, possamos entender, ir até a ponte, aceitar cada um, ser além de um crítico estático, uma ponte em movimento, o próprio caminho.
Detalhe –
A Ponte Metálica de Quixeramobim foi construída em complemento à estrada de ferro da cidade. Suas peças foram trazidas da Bélgica, tendo inauguração em 1899, ela possui 208 metros de extensão com 488 toneladas de estrutura.
Texto: Samuel Maciel
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