Por causa do uso intenso de energia de termelétricas, a bandeira tarifária que será aplicada em janeiro será vermelha para os quatro subsistemas do Sistema Interligado Nacional. Isso significa um acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, exceto para os estados do Amazonas, do Amapá e de Roraima. As bandeiras de janeiro foram divulgadas ontem (26) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Assim, uma conta de R$ 65,20 subiria para R$ 67,65 em caso de adoção da bandeira amarela e para R$ 70,09 no caso da bandeira vermelha. Isso porque o consumo médio do brasileiro é de 163 kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e a tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Aneel, é de R$ 400 por megawatt-hora (Mwh).
Os valores parecem pouco significativos individualmente. Mas, considerando o universo de 74 milhões de unidades consumidoras no País, em um mês de bandeira amarela, as empresas vão arrecadar R$ 400 milhões a mais em todo o Brasil, valor que chegará a R$ 800 milhões em um mês de bandeira vermelha.
No Ceará, a Coelce possui 3.268.799 unidades consumidoras de energia elétrica.
Entrada em vigor
O sistema de bandeiras tarifárias começa a valer em 1º de janeiro e representará uma cobrança extra na conta de luz pelo uso de energia de termelétricas pelas distribuidoras. No primeiro mês, a cobrança será feita proporcionalmente ao dia do fechamento da fatura de cada cliente. Para as contas de luz com fechamento previsto para 10 de janeiro, será cobrada a bandeira tarifária apenas sobre os dez dias de janeiro. Os demais 20 dias referentes a dezembro virão com o valor normal.
As bandeiras funcionarão como semáforos de trânsito, com as cores verde, amarelo e vermelho para indicar as condições de geração de energia no País.
Por exemplo, se for um mês com poucas chuvas, os reservatórios das hidrelétricas estarão mais baixos. Por isso, será necessário usar mais energia gerada por termelétricas, que têm preços mais altos.
Conta de luz com bandeira verde significa que os custos para gerar energia naquele mês foram baixos. Portanto, a tarifa de energia não terá acréscimo. Com a bandeira amarela, é sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando. Nesse caso, a tarifa de energia terá acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A bandeira vermelha indica que o custo de geração naquele mês está mais alto, com maior acionamento de termelétricas, havendo necessidade de adicional de R$ 3 a cada 100 kWh.
Segundo a Aneel, por meio do sistema o consumidor poderá identificar a bandeira do mês e reagir à sinalização com o uso inteligente da energia elétrica, sem desperdício.
Reservatórios
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios da região Nordeste estavam com 16,96% de sua capacidade na quinta-feira (25). No caso de Sobradinho, responsável por 58,20% da região, a capacidade de armazenamento estava em 19,37%. Já em Três Marias, que responde por 31,02% do abastecimento da região, a capacidade estava em 9,64%. O terceiro principal reservatório do Nordeste, Itaparica (6,62% da região) tinha, na última quinta-feira, 21,98% de sua capacidade de armazenamento.
No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, os reservatórios estavam com 18,86% de sua capacidade de armazenamento. No Norte, os reservatórios tinham 31,85% da capacidade. A situação mais confortável diz respeito aos reservatórios das hidrelétricas localizadas no Sul do Brasil, cuja capacidade de armazenamento estava em 50,70% no último dia 25.
Diário do Nordeste
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