O poeta Artur Eduardo Benevides morreu na manhã deste domingo, 21, aos91 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no no hospital São Mateus há cerca de três meses, segundo o filho mais velho, Fred Benevides. O corpo será velado a partir das 18 horas no salão nobre daAcademia Cearense de Letras, no Centro de Fortaleza.
Segundo o filho mais velho, Frederico Valente Benevides, o Fred, como é conhecido, a morte foi registrada por volta das 11 horas. Ele era o caçula de 16 irmãos e o penúltimo deles vivo. A missa de corpo presente também será na Academia Cearense de Letras e está marcada para às 9h30min desta segunda-feira, 21. Às 11 horas Artur será enterrado no cemitério São João Batist, na rua Padre Mororó, Centro.
Fred, que completa 66 anos na segunda-feira, 22, disse que a única irmã viva de Artur é Miriam Pamplona, que também está hospitalizada. “Ele foi internado com uma infecção urinária que passou pra pulmonar. Estava fazendo hemodiálise, seriam 72 horas de tratamento, mas o coração não aguentou. Amanhã, no lugar de celebrar meu aniversário, vou sepultar meu pai”, comenta.
O presidente da Academia Cearense de Letras, José Augusto Bezerra, lamentou a perda do amigo e símbolo da irmandade. “Artur é um verdadeiro imortal, uma das maiores expressões que a literatura do Ceará já teve. Sua memória será reverenciada por nós, assim como sua obra, que simboliza gerações ao longos desses 91 anos”, afirma.
José Augusto também lembra que neste ano a Academia completa 120 anos, o que será mais um motivo para “lembrar de coisas boas do nosso príncipe”. “Ele foi uma das nossas glórias. O ano de sua morte é um marco e ele sempre vai merecer nosso carinho, respeito e saudade”, avalia.
Em agosto, Artur já havia sido internado na UTI do Hospital Regional da Unimed com problemas de pneumonia, conforme familiares. Ele nasceu em Pacatuba no dia 25 de julho de 1923. Bacharel em Direito e em Letras, exerceu por muitos anos a função de procurador da Legião Brasileira de Assistência e foi professor e diretor da antiga Faculdade Católica de Filosofia (de onde sairia a UECE), da Faculdade de Letras e do Centro de Humanidades da Universidade Federal do Ceará.
Poeta, ensaísta e contista, ele escreveu 46 títulos e obteve 31 prêmios literários no Ceará, em Brasília, em São Paulo e no Rio de Janeiro, conforme informações da Academia Cearense de Letras. Entre as principais obras estão: Canção da rosa dos ventos, 1969; O viajante da solidão, 1969; Inventário da tarde; 1983; Canto de amor ao Ceará, 1985; Noturnos de Mucuripe e poemas de êxtase e de abismo, 1ª ed. 1992 e 2ª ed. 1996; A noite em Babylônia e outros relatos ao eterno, 1998; Poemas de amor a Fortaleza, 2000; etc.
Trajetória
Artur ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 13 de novembro de 1957, sendo saudado pelo acadêmico Braga Montenegro. Em 1985 ele foi eleito “Príncipe dos Poetas Cearenses” por todas as instituições culturais do estado. Ocupava a vaga deixada por Tomás Pompeu Filho, cadeira 40, cujo patrono é Visconde de Sabóia. O POVO
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