A indicação, pelo governador Cid Gomes, do nome do deputado Camilo Santana, do PT, para encabeçar a chapa da numerosa coligação governista, se chegou a causar alguma surpresa ao mundo político cearense, veio também confirmar que, em política, como ensinava o senador norte-americano Robert Kennedy, “ganha quem conta com opções de jogadas variadas”. Quando, seu primeiro mandato, Cid nomeava o engenheiro agrônomo Camilo titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, e, no segundo mandato, depois de este eleito com mais de 130 mil votos deputado estadual, alçava-o à Secretaria das Cidades, ao mesmo tempo em que articulava o nome dele para a Prefeitura de Fortaleza, houve quem pressentisse o que terminou agora ocorrendo. O governador, depois de permitir e encorajar o pré-lançamento de vários nomes do seu partido, o Pros, mostrou que, ao atrair, para seu lado, petistas de sua maior confiança, como Camilo e o vereador Salmito Filho, terminaria mostrando-se capaz de criar, para a escolha do seu sucessor, um amplo leque de opções, caso houvesse alguma dificuldade para indicar um parceiro do Pros. Se analisada à luz da lógica política, a escolha de Camilo Santana termina sendo, por vários motivos um autêntico lance de mestre. Além de conseguir unificar o PT, inclusive deixando alguns partidários frustrados, Cid indica um nome de reconhecida e elogiada leveza, sem rejeições e de competência comprovada nos cargos de confiança assumidos. Uma certeza: Camilo, além do ótimo “currículo”, tem genética política e administrativa de excelente nível.
Por Fernando Maia
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