Natacha Pisarenko/AP
No teste para a Copa do Mundo, anfitriões massacram os atuais campeões de forma inapelável no Maracanã
"Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial".
Fred comemora segundo gol na final e ganha até beijo de Neymar
Se teve sorte, também teve brilhantismo. Especialmente no segundo gol, aos 44 minutos da etapa inicial. Líderes da seleção no aspecto técnico, os jovens Neymar e Oscar fizeram uma jogada de antologia, quando o ex-camisa 10 soube segurar a bola cercado por quatro marcadores enquanto o novo camisa 10 voltava da posição de impedimento para receber e acertar uma bomba no ângulo. No segundo tempo, Fred marcou novamente e "fechou o caixão", iniciando mais de 40 minutos de festa ainda com a bola rolando.
Na análise fria, é preciso relativizar. O Brasil entrou em campo querendo mostrar aos atuais campeões do mundo quem manda no Maracanã. Jogou a Copa das Confederações dando seu máximo, como se fosse realmente um final de Copa do Mundo. Espanhóis dirão que estavam em final de temporada, que vinham de um desgastante duelo de 120 minutos contra a Itália na semifinal. E, especialmente, que é em 2014 que vale.
Caído, Fred abre o placar para o Brasil na final
Empurrado pela emoção do hino nacional cantado à capela por mais de 70 mil pessoas, o time brasileiro começou a cem por hora, a milhão. Se os 90 minutos prometiam ser de inferno para os espanhóis, os 90 segundos iniciais foram uma mostra disso. Logo no primeiro lance de ataque, Hulk recebeu a bola na direita e cruzou. Neymar tentou o domínio e acabou ajeitando para Fred, que, caído, tocou por cima de Casillas para já colocar o Brasil na frente.
O gol foi a deixa para que os gritos padrão de muito orgulho e muito amor das arquibancadas dessem lugar ao sentimento de que "o campeão tinha voltado". A Espanha tentava manter a frieza e seu jogo de toque de bola, mas sofria com a pressão e o ímpeto ofensivo dos anfitriões. Aos 7, Arbeloa falhou na defesa, Fred tocou de calcanhar e, por muito pouco, Oscar desperdiçou a chance de ampliar.
Aos 11 pintaram os primeiros gritos de "olé, olé". Aos 12, Paulinho tentou encobrir Casillas e o melhor goleiro do mundo nos últimos cinco anos precisou se esforçar para evitar um frango. Aos 13, a Espanha trocou passes e a torcida vaiou. Aos 14, Hulk deu um carrinho na defesa e os brasileiros vibraram. Aos 15, a estatística da Fifa apontava os números da posse de bola: Brasil 56%, Espanha 44%. Os campeões do mundo eram superados naquilo que têm de melhor. Uma bola afastada era tão importante quanto um gol feito. O jogo fazia jus à expectativa que criou.
Somente aos 19 minutos veio o primeiro susto espanhol, quando Iniesta carregou a bola, chutou de muito longe e Júlio César espalmou para escanteio. Xavi cobrou e Fernando Torres conseguiu cabecear, mas por cima do gol. Pouco depois, em cobrança de falta ainda mais distante, Sergio Ramos tentou direto, mas chutou para fora. Era a Fúria negando o estilo de jogo frio e calculista que impôs a rivais nos últimos cinco anos.
IG
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