O gado está morrendo de fome por conta da inclemente seca - Foto Crisanto Teixeira |
A presidenta da república Dilma Rousseff tem agenda política marcada para esta terça-feira, dia 02 de abril de 2013, na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, quando se reunirá com os governadores do Nordeste, no Centro de Eventos, às 10 horas. Já em campanha política com a intenção de se reeleger a presidência no pleito de 2014, Dilma, que assim como muitos se comportam para obter dividendos eleitorais estará fazendo cortesia com o chapéu dos outros (o contribuinte que paga a maior carga de impostos no mundo), ao anunciar medidas de combate à estiagem, que afeta os Nordestinos desde 2012.
Segundo comenta-se nas redações dos veículos de comunicação, a presidenta Dilma vai anunciar a suspensão da cobrança das dividas bancárias dos agricultores e pecuaristas; a ampliação do pagamento do seguro safra e do bolsa estiagem; o fornecimento de maior quantidade de milho por parte da CONAB; aumentar a oferta de crédito junto ao Banco do Nordeste que disponibilizará 500 milhões de reais para o programa emergencial voltado à seca; etc. Ao analisar essas benesses prometidas pela agenda presidencial, percebe-se nitidamente que os governantes não tem como prioridade o combate aos efeitos da seca, que são de conhecimento milenar. Entra governo e sai governo e o problema continua sendo tratado apenas como uma questão eleitoreira.
Há mais de um ano que os agricultores e pecuaristas do Ceará clamam por socorro. Seus apelos, gritos, sussurros, choros, prejuízos, frustrações e todas as demais mazelas não encontraram definitivamente uma resposta, em forma de ação definitiva para resolver esse descaso, com os que mais sofrem e penam para carregar o Brasil nas costas. Os prejuízos de avolumam no município de Quixeramobim, quem denuncia é o presidente da Associação dos Agropecuaristas do Sertão Central e do Sindicado dos Produtores de Leite, Carlos Eloy. Para o sindicalista o Quixeramobim está prestes de perder o título de maior bacia leiteira do estado do Ceará, por conta da famigerada seca e a falta de efetivo apoio governamental. “Será se a presidente Dilma não sabia que estamos vivendo a pior seca dos últimos 50 anos, isso desde o ano passado e só agora aparece como salvadora da pátria”, interroga Carlos Eloy.
Quem também denuncia o descaso para com os agropecuaristas do sertão central é o ex-vereador e pecuarista Cleonor Bezerra proprietário de fazendas de criar gado nos municípios de Quixeramobim, Quixadá e Banabuiú. Segundo Cleonor, a seca já matou mais de cem cabeças de gado nas suas propriedades por falta de alimento e água.“Não se admite tratar quem produz com tamanha desigualdade, vou fazer uma comparação, onde é que vamos ficar, se para comprar um quilo de fava, eu tenho que vender trinta litros de leite; isso é um absurdo o que estão fazendo com a cadeia produtiva do leite; estamos todos descapitalizados e chorando a morte dos animais e sem saber para quem apelar e vendo o oficial de justiça bater a porteira dos fazendeiros com intimação e execução judicial dos empréstimos contraídos junto ao BNB”, denuncia o agropecuarista Cleonor Bezerra.
Crisanto Teixeira – Jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário