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O pai do garoto de 6 anos que estava com a avó morta na terça-feira (5) em uma rodovia de Franca (SP ) ao ser atropelada por um caminhão dos bombeiros disse que o menino está em estado de choque. “Ele não falou uma palavra desde que aconteceu o acidente. Meu filho viu a avó ser atropelada e morta. Imagina como deve estar a cabecinha dele”, diz o pespontador Bruno Martinez.
A criança foi retirada com ferimentos leves do carro em que seguia com a avó para o pronto-socorro de Franca, onde deveria ser atendida por causa de uma suspeita de virose. No caminho pela Rodovia Tancredo Neves, segundo a Polícia Militar, o carro em que eles estavam se envolveu em um acidente com um caminhão.
Com o impacto, a auxiliar de enfermagem Helena Gomes da Silva foi arremessada para fora do veículo. Segundo testemunhas, ela ficou gravemente ferida e foi deixada na pista à espera do socorro, mas acabou sendo atropelada pela viatura dos bombeiros que a resgataria e morreu no local.
O menino seguia no banco traseiro do carro dirigido pela avó, de 49 anos. A polícia informou que Helena não teria respeitado um sinal de pare na estrada e atingiu o caminhão, que passou por cima do veículo.
Após o acidente, a criança foi levada para a Santa Casa de Franca, onde foi medicada e liberada em seguida. Segundo o pai, um milagre não permitiu que Breno morresse na colisão. “Foi Deus quem salvou o meu filho”, diz Martinez.
De acordo com ele, a preocupação agora é com o trauma que o filho pode ter sofrido, já que ele presenciou o atropelamento da avó. “Ele está mudo. O médico falou para a gente deixar ele ficar quieto neste momento, mas é tudo muito difícil. Toda a família está muito abalada. Minha esposa também está em choque”, afirma.
Martinez relata ainda que até agora nenhum membro dos Bombeiros procurou a família para oferecer ajuda. “Meu filho vai precisar de acompanhamento psicológico para tentar se recuperar. Eu quero que a justiça seja feita. Quem errou tem que pagar”, desabafa.
Na terça-feira, o pespontador afirmou que o militar que dirigia a viatura que atropelou e matou Helena foi imprudente. “O caminhão de bombeiros foi para ajudar e acabou atropelando a minha sogra. Alguma coisa muito errada aconteceu, eu tenho certeza disso. Eles tinham que ter freado antes”, disse.
Martinez acredita que o choque pelo qual está passando a família seja difícil de ser superado. “Não sei como a gente vai se recuperar desta perda, ainda mais da forma como ela aconteceu. A tristeza é muito grande.”
De acordo com o capitão dos Bombeiros Marcelino Patrício dos Santos, um inquérito vai verificar as condições do veículo que atropelou a auxiliar de enfermagem. Santos disse que uma falha mecânica pode ter sido a causa do acidente. Há a hipótese que o caminhão tenha perdido o freio.
Segundo testemunhas, o corpo de Helena foi arrastado por dez metros e o caminhão só conseguiu parar um quilômetro depois do local onde a vítima aguardava atendimento.
Equipes de Ribeirão Preto e de São Paulo participarão das perícias.
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