A médica do município, que realizou o atendimento dos casos, Rita Cecília Martins Galvão, relatou que a região do Nordeste, por ser semirárida, é considerada endêmica desse fungo.
Os casos registrados no Ceará estão relacionados principalmente à caça de tatus no interior. As duas pessoas mortas pela doença tinham histórico de prática da caça, segundo a médica. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), o adoecimento pode acontecer com a exposição a partículas infectantes presentes no solo. Porém, essa exposição deve ser intensa.
“O exemplo mais comum é a prática de caçar tatus em que o caçador entra na toca em busca do animal e se expõe ao fungo”, explica a secretaria.
Ainda de acordo com a médica Cecília Martins, trabalhadores da construção civil, agricultores e pessoas que ficam expostas intensamente ao solo estão sujeitas à inalação do fungo. Conforme a médica, a doença não é contagiosa.
“A maioria dos casos é assintomático e se resolve espontaneamente. Os sintomas são de infecção respiratório aguda: tosse, febre. Normalmente, eles se resolvem espontaneamente, mas em uma parcela pequena, eles progridem. Esses casos que progridem ou tem comprometimento pulmonar ou podem levar à óbito”, esclarece a médica.
Os casos de Independência foram registrados de setembro a dezembro, e as mortes ocorreram em um intervalo curto após a internação do paciente.
As vítimas são em maioria jovens de 20 a 30 anos, do sexo masculino, e não possuem doenças associadas. As duas mortes pela “febre do vale” registradas eram de rapazes de 21 e 26 anos de idade.
A Secretaria enviou à cidade epidemiologistas de campo para realizar atividades de esclarecimento à população sobre as formas de prevenção; busca de novos casos na comunidade; além de reunião técnica com os profissionais de saúde do município para orientação sobre a conduta clínica adequada diante de casos suspeitos.
Repórter Ceará com G1-CE
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