Com o título acima acompanhe o editorial do site Repórter Ceará publicado ontem, 16:
Um dia após a condenação, o ex-presidente afirmou em coletiva de imprensa que ainda “está no jogo”, em referência à disputa presidencial. Mas, a contragosto dos petistas, Lula poderá ser retirado de “campo” antes mesmo do fim da “partida”. O presidente do Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4) Thompson Flores informou à imprensa que o julgamento em segunda instância deverá ocorrer antes das eleições de 2018. O tribunal manteve a maior parte das sentenças de Moro e, em alguns casos, elevou a pena dos condenados. Se não for absolvido pelo TRF-4, Lula será preso e ficará inelegível por 7 anos.
Políticos importantes do Partido dos Trabalhadores, como o senador Lindbergh Farias e o ex-ministro Gilberto Carvalho, já se declararam favoráveis à execução de um plano “B”, com a possível definição do apoio do PT à candidatura de Ciro Gomes, caso o ex-presidente fique de fora da corrida eleitoral. Mas, Lula defende que o partido lance seu próprio candidato para manter acesa a chama da militância petista.
Contudo, a sigla não possui nomes fortes e está politicamente debilitada. Nas eleições municipais de 2016, o partido perdeu mais da metade das prefeituras que controlava e sofreu derrotas no próprio berço político, no ABC paulista. Fora isto, a cúpula do PT está comprovadamente envolvida nos maiores escândalos de corrupção do país e, dentre todos os partidos, é o mais associado à Operação Lava Jato, o que gera desgaste à imagem dos políticos da legenda.
Já Ciro Gomes, apesar de estar mal nas pesquisas para presidente, apresentando apenas 6% das intenções de voto, é o menos rejeitado dos candidatos mais conhecidos e não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Fora das disputas eleitorais desde 2002, Ciro já conseguiu chegar ao terceiro lugar em uma eleição presidencial. O “socialista em constante revisão” – como o pedetista se considera, tem viajado pelo país realizando palestras em universidades na tentativa de aumentar seu capital político.
Se Lula for condenado em segunda instância, Ciro poderá se consolidar como uma alternativa dentro da própria esquerda, conquistando facilmente os eleitores do Norte e Nordeste, mesmo que o PT lance outro proponente. No ano passado, Ciro sugeriu sequestrar Lula caso este fosse condenado. Neste ano, após a sentença de Moro, Ciro mudou o tom do discurso e disse “torcer” para que Lula tenha provada sua inocência.
Com o petista na disputa, é pouco provável que o cearense consiga alavancar sua candidatura. Sem Lula, o Partido dos Trabalhadores poderá apresentar um candidato à vice-presidente em uma chapa com Ciro. Contribui para a possível união o sentimento contrário à agenda reformista de Temer e à ascensão de ideias conservadoras. Neste cenário, as chances de Ciro estão atreladas ao futuro de Lula.
Que futuro terá Lula?
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