sábado, 20 de maio de 2017

Sintoma de chikungunya em bebês é similar a queimaduras de 1º e 2º graus




Foto: Reprodução / Tv Globo
Bolhas similares às de queimaduras de 1º e 2º graus, bem como dor de cabeça, ao redor dos olhos (retro-orbitária), mialgias e artralgias (dor muscular e dor articular) que se manifestam por choro persistente, fraqueza e irritabilidade - geralmente com ausência de manifestações respiratórias - são sintomas de chikungunya em crianças, especialmente em recém-nascidos.

Os sintomas, que podem ser confundidos com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária, podem resultar em quadros mais graves se não houver diagnóstico imediato. Os especialistas alertam que é preciso ficar atento à febre alta e irritabilidade. Nos bebês, o agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre nos adultos, quando os sinais de alarme são facilmente detectados.

“Nos bebês também é observado maior ocorrência de comprometimento neurológico devido a infecção, tais como meningoencefalites e convulsões, além de comprometimento cardíaco” explica o pediatra infectologista José Nivon da Silva, dos hospitais Albert Sabin e São José, de Fortaleza.

As infecções, segundo ele, decorrem pelo rompimento das bolhas que, ao liberar o líquido que se forma dentro das vesículas, provoca desidratação e deixa a região desnuda e vulnerável a infecções. “Nas crianças pequenas esse quadro pode progredir para uma sepse bacteriana que, se não tratada adequadamente, inclusive com antibióticos, pode resultar em morte. Apesar de viral, a chikungunya em bebês requer a utilização de antibióticos e esse tratamento, muitas vezes, precisa ser feito em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI), em virtude da intensidade dos sintomas”, explica o pediatra.

Principal unidade de saúde especializada no atendimento a crianças do Ceará, o Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, atende cerca de 90 crianças a cada dia com sintomas de chikungunya. Diferentemente do que mostra o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado – que confirmou apenas 213 casos em crianças de até quatro anos – os casos registrados no Albert Sabin apontam para um número bem superior. No Ceará, os registros de chikungunya - em todas as faixas etárias – passaram de 4.294 possíveis casos, em 2016, para 17.012 em 2017.

Existem atualmente dois exames específicos que confirmam a suspeita de chikungunya. São eles a sorologia convencional e o PCR, que identifica o material genético do vírus. Estes exames não estão disponíveis em todos os prontos-socorros do Sistema Único de Saúde (SUS) e para demais hospitais não são cobertos pelo convênio para o atendimento em Pronto Socorro, apenas sob internação do paciente ou particular. (Do G1 - Ceará)

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