segunda-feira, 1 de maio de 2017

O LAMBE-LAMBE DE MANOEL JACINTO.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, câmera e atividades ao ar livre
“Seu Manoel Jacinto”, que hoje não habita mais na vida terrena, foi homem sério e de responsabilidade, durante muitos anos trabalhava como comerciante e fotógrafo no tradicional “mercado velho” do Icó.

Não gostava de muita conversa! Era duro e certeiro na resposta.

Muitos icoenses têm histórias das boas, dos tempos áureos desta terra ocorridos naquele centro comercial, que envolve seus personagens mais autênticos e inspirados.

Em Icó, não se pode ofuscar a tradição de décadas de seus comerciantes, onde a maioria já partiu, deixando enormes saudades.

Chico Moreira, Manoel Jacinto, Raimundo Roberto, os Graças, et cétera e tal.

Voltando ao LAMBE-LAMBE, entre verdades e lorotas, contam-nos passagens maravilhosas de “Seu Manoel Jacinto”.

Dizem os piadistas de plantão que “Seu Manoel” passava o dia trabalhando. Tirando fotos de nossos camponeses, principalmente, em “dia de feira”.

O cliente era informado que a foto ficou excelente, muito bonita, mas que existia um prazo para o seu recebimento. No máximo uma semana após.

Dita-nos, que o “fotografado” ao voltar para buscar o resultado de sua “pose no lambe-lambe”, Seu Manoel mostrava milhares delas, porém, jamais a verdadeira, pois, a sua visão e boa idade já não permitia tal situação.

Depois de muita confusão, o cliente não queria receber uma fotografia que não lhe pertencia, eis que “Seu Manoel” chamava uma testemunha, que segundo ele, presenciou o seu trabalho.

- “Compadre Chico Moreira, seja sincero, esta fotografia é ou não é deste Senhor”?

- “Não tenho nem dúvida compadre. É este homem mesmo”, afirmava com toda convicção.

O certo, é que o suposto fotografado, encabulado diante de dois senhores de cabeça branca, após tanta insistência, se dava por convencido e levava aquela foto, na certeza que era de forma autêntica “encarnado e esculpido” o seu rosto.

(Do livro de Causos do advogado e contista Fabrício Moreira da Costa).

Nenhum comentário:

Postar um comentário