A 46ª edição da Missa do Vaqueiro de Canindé
, no Sertão do Ceará, lotou mais uma vez o Parque de Exposição Francisco de Assis Bessa Xavier neste sábado dia 08. O evento é tradicional e começou em 1970. ‘’É um evento marcado pela fé que emociona o homem forte do Sertão.
“Vaqueiro é um homem de fé, um homem de força, de coragem e de luta para lutar com a seca que estamos vivendo”, ressaltou o vaqueiro, Pedro de Freitas. Vestidos com gibão, perneiras, luvas e chapéu de couro, bem característicos dos vaqueiros, eles acompanharam o culto montados a cavalo e levaram alguns artigos para serem abençoados durante a celebração.
A missa foi celebrada pelo pároco e reitor do Santuário Frei Marconi Lins, também conhecedor da vida no Sertão. Na sua pregação ele lembrou as dificuldades que o vaqueiro enfrenta no seu dia-a-dia.
‘’É um momento de muita espiritualidade. Nessa missa queremos fortalecer nossa fé em Deus. Que cada um de nós possa estar em paz e assim poder expressar seu sentimento perante a São Francisco’’, ressaltou Frei Marconi.
De acordo com uma das fundadoras da Missa do Vaqueiro, a única Mestra da Cultura vaqueira no Brasil, Dina Martins, o evento tornou-se uma tradição e é um dos mais importantes do calendário cultural do Ceará. “Estamos colhendo os frutos que plantamos da fé, da humildade, da serenidade, da simplicidade, da pobreza e da bondade e da riqueza de espírito que carregava São Francisco, quando em vida”, disse Dina Martins.
“É uma emoção de estar aqui na Missa do Vaqueiro e ver a nossa gente resgatar a cultura que é nossa. Ver nossos amigos de longe e estar sempre resgatando a cultura mesmo debaixo de sol”, disse, emocionado, o vaqueiro e Presidente da Associação dos Vaqueiros, Boiadeiros e Pequenos Criadores dos Sertões de Canindé José Curdulino Filho.
Durante a cavalgada que saiu do bairro do São Matheus em direção ao Parque de Exposição, mais de 1.200 vaqueiros participaram do ato de fé que foi um dos mais organizados dos últimos 40 anos.
Por onde os vaqueiros passaram uma multidão se formou nas calçadas para prestigiar aqueles que todos os anos deixam os seus afazeres para reverenciarem o santo da pobreza.
Para quem participou da missa, essa foi a mais emocionante dos últimos anos. ‘’Se vivo estiver no próximo ano estarei aqui para renovar a minha fé’’, disse o vaqueiro José Marçal.
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