Uma dona de casa em Paramoti, no interior do Ceará, denuncia que a porta da ambulância que transportava a filha dela abriu seis vezes durante o deslocamento até o hospital da cidade vizinha. O caso aconteceu no último sábado (25). Naquele dia, a criança de 10 anos teve convulsões e foi levada pela mãe de moto para a unidade de saúde do municipío, porque a ambulância não chegou, após esperarem por 30 minutos. A Secretaria de Saúde de Paramoti informou que providencia os reparos e enfrenta problemas para adquirir peças para o conserto.
Durante a manhã do sábado, Liliane Souza Arruda, 28, que também é agricultora e cuidadora de um idoso, soube que a filhade 10 anos havia desmaiado a caminho do catecismo com as três irmãs, de 12, 6 e 3 anos. "A primeira vez que ela teve convulsão foi há um mês. Ela estava caminhando sozinha voltando do colégio e não lembra como foi, pensei que pudesse ser distração. No sábado, as irmãs viram que ela caiu, a levantaram e seguiram, mas me contaram quando chegaram em casa", relembra a mãe.
"Perguntei se ela tava se alimentando direito. Até então não tínhamos noção do que estava acontecendo, até que ela teve outra convulsão", conta Liliane. "Já vi atendimento em outras pessoas e sabia mais ou menos o que fazer: a coloquei na minha perna, tentei segurar a língua", disse.
A família solicitou atendimento médico. Após esperarem entre 30 e 40 minutos, a ambulância não chegou. Liliane resolveu pedir a moto a uma amiga emprestada e foi para o hospital da cidade. "Quando cheguei, as duas ambulâncias estavam lá, paradas", critica.
A menina foi atendida e teve outra convulsão enquanto esperava pelos medicamentos. Ela recebeu medicação e foi encaminhada para o hospital de Canindé, a 43 quilômetros de Paramoti. No caminho, a mãe contabilizou que a porta da ambulância abriu seis vezes e filmou a situação. "Na primeira vez, o motorista parou, disse que a porta fica assim direto. Aí na terceira vez ele só diminuiu a velocidade, dava tipo uma brecada, e a porta fechava", diz a mãe.
"Minha filha já tava acordada e ficava com o olhar fixo pra porta. Quando ia bater, puxava o pé bem rápido. Tive medo que ela caísse. Ela, também com medo, ficava segurando na maca e em mim. Eu ficava segurava nela e no banco do acompanhante. Não tinha cinto de segurança e poderia acontecer com qualquer pessoa", reclama a agricultora.
Em Canindé, os médicos solicitaram tomografia e hemograma. "Mas aqui na região me disseram que não faz. Só em Fortaleza, pelo SUS ou particular. Não tenho condição de pagar e não encaminharam pra capital, porque disseram que ela seria mandada de volta. Ficamos sem resposta sobre o que causou e ainda vou atrás de tentar resolver". A menina foi levada de volta para casa e passa bem. (Do G1-CE) |
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