Enquanto a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) insiste em afirmar que a probabilidade é de o inverno de 2016 ser abaixo da média, no município de Canindé foram contabilizados nas últimas horas cerca de 150 mm de precipitações pluviométricas. Moradores do distrito de Ipueira dos Gomes, por exemplo, comemoram a sangria do açude construído em 2013 na administração do prefeito Celso Crisóstomo.
Com cerca de dez metros de profundidade e capacidade para quatro milhões de metros cúbicos, o reservatório é um dos maiores já construídos no interior do município e pela primeira vez atinge o volume máximo. Em Ipueira dos Gomes choveu 144 milímetros no último dia 20. “Foi a maior chuva já vista na história de nossa comunidade. Com nosso açude cheio, estamos agora mais tranquilos e confiantes”, afirma o morador Luiz Carvalho Rocha.
Já na localidade de Renguengue I, também no interior de Canindé, foram registrados 144 mm, durante uma hora e meia de chuva acompanhada de ventos fortes, raios e trovões. “Foi muita água”. “Em “algumas casas, inclusive, houve alagamento”, informa o comerciante José Luciano Gomes da Silva”.
Em toda a microrregião de Canindé choveu forte entre os dias 20 e 21 de janeiro. Segundo o Portal Hidrológico do Ceará, até a madrugada desta sexta-feira (22) foram registradas precipitações em 155 municípios. A maior delas foi no Crato, onde choveu 108 mm. Mesmo assim, o prognóstico climático anunciado na manhã da última quarta-feira pela Funceme mantém a tendência de que existem 65% de probabilidades das chuvas ficarem abaixo da média no Estado.
A análise dos pesquisadores vai de encontro com as previsões dos chamados profetas da chuva. “Nunca vi chover no dia de São Sebastião para o inverno não ser bom”, é o que diz o trabalhador rural Heliodório Paulino de Sousa, de 75 anos, morador de Vila Campos, em Canindé.
Aproveitando as primeiras chuvas, seu Heliodório já fez o plantio de milho e feijão. Ele se baseia também em suas previsões na observação do comportamento de insetos como formigas e de plantas da caatinga. “Eu vi que as formigas estavam deixando o leito dos riachos e mudando para as partes mais altas. Isso é sinal de chuva e choveu mesmo”, observa.
Com informações e fotos de Antônio Carlos Alves
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