No tempo em que fotografar o cotidiano é atividade comum, quando quem tem a melhor câmera pode "ter vantagem no registro" e o compartilhamento das imagens é cada vez mais recorrente no dia a dia, a última loja de venda de produtos fotográficos usados no método tradicional da arte fechou as portas em Fortaleza.
Após 43 anos de atividade, a Loja Batista Foto Film, que trabalhava com filmes fotográficos revelados em laboratório, fechou as portas no último sábado. O estabelecimento faz parte da história da Capital.
Mesmo diante "da febre das fotos digitais", o proprietário do local, João Batista Teles Mascarenhas, de 70 anos, resistiu e continuou vendendo e revelando películas fotográficas, ao longo dos anos, no discreto imóvel situado na Rua Senador Pompeu, no Centro.
Com a ação de sábado, o ciclo que começou em 1972 chegou ao fim, segundo ele, devido à falta de interesse da população nos produtos e serviços oferecidos. "Pela aposentadoria, eu não fechava nunca, mas eu estava pagando para trabalhar, e isso não está certo", lamenta.
Trajetória
Batista chegou à Fortaleza aos 16 anos, quando saiu de Araquém, distrito do município de Coreaú, no Interior do Ceará rumo à Capital. Em Fortaleza, foi empregado durante seis anos de um escritório de contabilidade, mas conta que a sua trajetória como comerciante começou "no ventre da mãe".
Com o dinheiro que juntou trabalhando no escritório, ele abriu, em 1972, a loja no ramo de óticas e vendas de produtos fotográficos.
"Foi o caminho que eu encontrei para viver melhor", comenta, e explica que a venda de óculos não obteve êxito e o foco voltou-se, então, para o comércio do material de fotografia.
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