1.
Já ouviu falar da arma Gun volley Vandenburgh? Feita durante a Guerra de Secessão, era uma arma tão ineficaz que, apesar de ter sido desenhada por um general do lado da União (Norte), Orígenes Vandenburgh, foi vendida para a Confederação (Sul), e ninguém se importou. Devem ter pensado até que era um grande favor.
As Gun Volley – armas com vários canos que poderiam ser disparados simultaneamente – eram uma ideia ruim que passava pela cabeça das pessoas desde a época de da Vinci. O seu diferencial era apertar o gatilho uma vez, e disparar balas em várias direções.
Na teoria, parece uma mão na roda. Na prática, nem preciso dizer que foi uma tragédia, né?
2. O triebflügel
Essa foi uma solução muito prática para um problema muito específico. Bombardeiros aliados estavam provocando uma série de prejuízos na Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial. Em particular, eles estavam causando dano ao aeródromo, limitando a capacidade da Alemanha de colocar os seus aviões no ar.
Para solucionar isso, nasceu o triebflügel, um avião com três hélices alimentadas por foguetes. Ele podia decolar verticalmente, e, uma vez no ar, voava incrivelmente rápido. Ele era tão resistente que seu objetivo era ir atrás de aviões aliados e transformá-los em entulho. Os pilotos, naturalmente, adoraram a ideia.
…Até um deles perguntar como pousariam com essa potência toda. O triebflügel teria que fazer o seu caminho de volta para o chão como um foguete gigante pronto para se encaixar em uma vaga de estacionamento minúscula. Mesmo que o piloto pudesse virar e ficar de frente parte traseira do avião, sua visão seria bloqueada pelas lâminas giratórias.
3. O carro “blindado” da Primeira Guerra Mundial
Pelo menos essa arma parou na fase de concepção.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Força Aérea recém-emergente estava um tanto arrogante sobre suas habilidades de projetar máquinas voadoras, e desenvolveu um tal carro blindado. O chamado “vagão vento” foi feito para atravessar terrenos como areia, que outros carros tinham dificuldade. Ele tinha uma hélice e um motor semelhante ao de um avião.
Não tinha espaço para um monte de armas, mas tinha uma metralhadora montada na parte da frente, de modo que estava tudo bem, certo? Errado.
Aviões não continuavam voando porque eram resistentes, mas sim porque era difícil acertá-los, especialmente a partir do solo. O “vagão vento” era fácil de acertar e, portanto, seria indefeso todas as vezes que o inimigo não estivesse diretamente na frente dele.
4. A famosa “bomba adesiva”
As bombas adesivas foram famosas, ou talvez infames, armas da Segunda Guerra Mundial. Elas eram populares com o Exército da Pátria, que era a unidade britânica de soldados, geralmente muito velha para lutar na linha de frente.
Era uma granada que parecia uma maraca e tinha dois pinos e um gatilho. O primeiro liberava o invólucro metálico exterior da bomba, expondo uma camada de adesivo. O segundo pino ativava o mecanismo de disparo. Havia então o gatilho no punho, que tinha de ser liberado para que a bomba explodisse – geralmente após cinco segundos.
Deixando de lado o fato de que o adesivo ficava preso com a mesma facilidade no uniforme como em qualquer outra coisa, a granada funcionava melhor quando colocada em uma determinada parte de um tanque.
Isso significava uma caminhada até lá para grudar a bomba, seguida de um dia de faxine no tanque, porque o adesivo parava em MUITAS coisas, mas um tanque sujo não era uma delas.
5. O torpedo Mark 14
Em seguida, houve o torpedo Mark 14, que era tão ruim que gerou um grande escândalo. Esse escândalo foi chocante, em partes, porque os designers e testadores do torpedo se recusaram a reconhecer que ele tivesse qualquer tipo de problema.
É difícil ver como eles conseguiram essa proeza.
Sete em cada dez torpedos Mark 14 disparados falhavam de alguma forma. O mecanismo de explosão do Mark 14 foi testado no Atlântico Norte e utilizado no Pacífico Sul, onde as influências magnéticas eram diferentes, e os torpedos simplesmente não explodiram, a não ser alguns.
Um deles, contudo, afundou seu próprio submarino. Os poucos que foram eficazes eram normalmente fixados no campo por submarinistas reais que sabiam o que estavam fazendo. O que, convenhamos, é uma raridade.
6. As armas lança-chamas
As temidas armas lança-chamas à gás são famosas por aparecerem constantemente em filmes (quem não se lembra de Alien!?), mas a verdade é que elas têm caído em desuso. Algumas inclusive têm sido feitas de maneira ilegal.
Sua ilegalidade não te, muito a ver com o porquê de elas não serem tão comuns hoje em dia. O gás é muitas vezes uma arma terrivelmente impraticável. Ele vai para onde o vento vai, por isso, se o vento mudar, o gás pode muito bem ser jogado de volta no rosto de quem a lançou.
Ataques com gás necessitam de uma flexibilidade que não era favorável aos planos de longo prazo em uma escala de guerra. Em “Goodbye to All That” “(Adeus a tudo isso”, em tradução livre), um livro de memórias de seu tempo na Primeira Guerra Mundial, Robert Graves lembra de um ataque amplamente planejado que era para começar com gás que iria explodir sobre as linhas alemãs e criar o caos, permitindo que os soldados britânicos atacassem.
Quando chegou o dia do ataque, contudo, uma grande falta de sorte: não havia vento. Quando perceberam a falta desse elemento fundamental para o sucesso, os responsáveis pelo plano ainda assim insistiram que ele deveria ir adiante, conforme o planejado.
Os britânicos lançaram bombas de gás lacrimogêneo, que caíram diretamente sobre eles e sobre a terra de ninguém entre as trincheiras. Em seguida, marcharam em seu próprio gás para enfrentar os soldados alemães que não haviam sido afetados.
Mesmo se usado com sucesso, um gás venenoso permanece em uma área, por isso, um exército muitas vezes têm que marchar diretamente sobre sua arma. O gás mostarda, por exemplo, quando lançado, muitas vezes não chega a desaparecer de uma determinada área. Ele se assenta no chão em uma lama que poderia ficar parada por meses, contaminando e queimando qualquer coisa que entre em contato com ele.
Fato é que a operação de um lança-chamas implica carregar uma enorme quantidade de produtos químicos voláteis perto de fogo, o que muitas vezes representa um grande perigo para quem quer utilizar a arma. Embora os militares dos EUA não tenham parado de usar lança-chamas até 1978, quando pararam, o fizeram porque o objeto já não era considerado uma arma prática.
7. Armas com animais
Muito tem sido escrito sobre vários militares que utilizam animais em guerra. Animais eram apenas um elemento mais caótico em uma situação já caótica, e quase nunca reagiam da maneira que deveriam (ou que se esperava).
Quando os cães da Rússia foram treinado para correr embaixo de tanques com a ideia de que iriam transportar bombas sob os inimigos, os animais, treinados em tanques não rolantes e em um cenário sem tiroteio constante, se recusaram a ir para debaixo dos tanques em movimento. LÓGICO.
Mas tem uma coisa muito mais cruel nessa história: os poucos que permaneceram perto dos tanques eram geralmente baleados.
Morcegos também foram usados em guerras
Quando os Estados Unidos teve a brilhante ideia (só que não) de colocar coletes de bomba em morcegos e os jogar fora de um avião sobre uma cidade modelo no Novo México, a maioria simplesmente caiu no chão e morreu. Alguns voaram e quando pousaram, pegaram fogo.
8. Panjandrum
Agora as coisas vão ficar completamente insanas. Sim, mais.
Um exemplo relativamente benigno de armas terríveis usadas em guerras foi a Panjandrum, criada na Segunda Guerra Mundial. Ela consistia em uma grande roda de metal projetada para rolar usando explosivos. As imagens do vídeo mostram como ela tinha tudo para dar errado.
Na vida real, parecia um fogo de artifício malfeito.
Esta foi uma arma tão impraticável e boba que algumas pessoas acreditam que ela nem sequer foi concebida para ser uma arma. Foi concebida para fazer com que a Alemanha achasse que os Aliados estavam pousando em algum lugar, o que permitiria a Panjandrum trabalhar “em paz”.
9. Armas nucleares
As coisas realmente ficam loucas quando as armas nucleares entram em cena. Colin Powell disse essa famosa frase sobre armas nucleares, que você já deve ter visto por aí: “A única coisa da qual eu me convenci depois de todos esses anos de exposição ao uso de armas nucleares é que elas são inúteis”.
E ele estava se referindo às armas nucleares convencionais.
Coisas aterrorizantes aconteceram quando os designers de armas nucleares foram “criativos” e tentaram fazer bombas especiais.
A mais famosa delas foi, provavelmente, Davy Crockett.
Projetada para ser usada por uma equipe de três pessoas, Davy Crockett foi uma pequena bomba nuclear que poderia ser transportada em campo. Pensa em uma ideia ruim. Mais de duas mil dessas foram feitas, juntamente com lançadores.
Alguns dizem que os lançadores não conseguiam manter uma distância segura entre a posição de lançamento e o local onde as ogivas caiam – o que acabava os matando.
Ainda assim, há que diga que o maior problema era a precisão. Não havia nenhuma maneira de certificar-se que a arma nuclear acertasse seu alvo, de modo que a bomba era mais uma distribuidora de radiação do que um ataque planejado, além de matar qualquer coisa dentro de um raio de 500 metros.
10. O Pavão Azul
Em seguida, houve o Pavão Azul. Essa bomba nuclear foi concebida para ser enterrada em toda a Alemanha, caso a Rússia algum dia invadisse o território do país.
Os alemães, então, se retirariam e definiriam o temporizador para a bomba de dez quilotons. Eventualmente, quando o exército russo estivesse em cima delas, as bombas seriam disparadas. E se não conseguissem atingir o exército inimigo, bem, pelo menos ninguém iria querer invadir a Alemanha por um tempo.
Genial? Não.
O que é surpreendente sobre isso é que os britânicos realmente produziram uma bomba Pavão Azul antes de o projeto ser encerrado.
Para colocar isso em perspectiva, a lista de itens para o projeto incluía comida e abrigo para galinhas.
Por quê?
Porque galinhas seriam enterradas com a bomba, a fim de manter o sistema eletrônico quente o suficiente para trabalhar durante o inverno. Elas ficariam presas, a fim de não bicar os objetos. Isso era tão insano que, quando os jornais publicaram a notícia no dia 1º de abril de 2004, a matéria foi entendida como uma pegadinha do Dia da Mentira.
Antes fosse mesmo. [io9]
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