Parte dos moradores cobra fiscalização e regras, mas quem está começando a ficar sem água, como Francisco Melo de Lima, apoia a iniciativa. Um dos poços foi perfurado na frente à casa de um vizinho próximo. Na sua opinião, os moradores estão agindo porque não confiam nas medidas a serem adotadas pelos órgãos públicos, dentre elas a construção de uma adutora, do Açude Pedras Brancas, em Banabuiú, para Quixeramobim.
No Centro, outro poço atingiu a vazão de 10 mil metros cúbicos por hora. O morador desembolsou R$ 4.500,00 na perfuração. Os empreiteiros estão cobrando em média R$ 90,00 pelo metro de perfuração, mesmo assim, ficou feliz com o resultado. “Ele também não vai se importar em distribuir água para os vizinhos se realmente o abastecimento da Cidade for interrompido. Tem mais gente fazendo o mesmo a cada dia”, contou Francisco.
Conforme alguns consumidores, que pediram para não serem identificados, eles começaram a tomar a iniciativa de perfuração dos poços no início de fevereiro, quando o SAAE passou a realizar o racionamento de água na Cidade, às sextas-feiras. Além do Açude Fogareiro, principal reservatório do Município, atualmente com pouco mais de 2 milhões de m³, cerca de 1,6% de sua capacidade, o Açude Quixeramobim, de onde a água é captada para distribuição na rede, está com menos de 50% do seu volume. Seu aporte hídrico é de 54 milhões de m³, mas atualmente está com 48,83% da sua capacidade, o equivalente a 26,3 mi de m³.
Pelos cálculos do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e da Cogerh, mantida a situação hídrica atual, o abastecimento realmente estará garantido no máximo até o fim de maio. Apesar dos números oficiais apontarem cerca de 13 vezes o volume de água do Fogareiro, a barragem construída na década de 1960 foi assoreada ao longo dos anos. Estudos de batimetria foram realizados, mas os resultados não foram revelados pelos dois órgãos. Todavia, pelos cálculos, garantirá o abastecimento por três meses.
Sobre os poços artesianos, o SAAE e a gerência regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) não sabem o numero certo de perfurações sem outorga oficial em Quixeramobim, sob responsabilidade da Cogerh. Os levantamentos serão realizados em breve. A estimativa de servidores do SAAE é de no mínimo 10 desde o início do mês.
Diário do Nordeste
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