segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Geopark passa por avaliação para revalidar o ‘Selo Verde’


1Uma nova avaliação do Geopark Araripe começa a ser feita para revalidaçã0 do Selo Verde, ofertado aos territórios em melhores condições de infraestrutura e projetos na área educacional e de turismo sustentável. A própria equipe do projeto realiza inicialmente uma autoavaliação das ações implementadas, já que, no próximo ano, passará por análise técnica por membros da Global Geopark Network (GGN).
Com isso, o projeto, que em 2006 recebeu a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o selo da Rede Global de Geoparks, vem sendo avaliado positivamente desde 2006. Em 2011, teve anunciada a sua primeira avaliação de forma positiva, desde que recebeu a chancela, em evento na Conferência Europeia de Geoparks, na Noruega. O Geopark Araripe detém o pioneirismo por ser o único das Américas.
Projetos relacionados à infraestrutura dos nove geossítios vêm sendo debatidas. No momento, quatro prioritários, em relação à sua estrutura atual, estão recebendo melhorias, incluindo o Colina do Horto, em Juazeiro do Norte; Riacho do Meio, em Barbalha, que conta com projeto mais complexo, um trabalho mais amplo; além do Pontal da Santa Cruz e Parque dos Pterossauros, em Santana do Cariri; e Cachoeira de Missão Velha. Neste município, está sendo finalizado o acesso, por meio do projeto do Governo do Estado. Os investimentos estão sendo realizados por meio do Banco Mundial. A região recebeu recentemente visita técnica para avaliar as obras e destacou que a meta é dinamizar os projetos no próximo ano.
Crivo
A Universidade Regional do Cariri (Urca), detentora do Projeto do Geopark Araripe, deu início, nesta semana, ao processo de avaliação para revalidar o Selo da Unesco. O projeto, que se encontra com várias ações em andamento, em diversas áreas, realizou um seminário de autoavaliação, já que posteriormente passará pelo crivo da Rede Global de Geoparks.
Os integrantes do Geopark Araripe estiveram reunidos com o presidente do Comité Português para o Programa Internacional de Geociências da Unesco, Artur Agostinho Abreu Sá, e a coordenadora do Fórum Português de Geoparks e membro do Comitê Português para o Programa Internacional de Geociências da Unesco (IGCP), Elizabeth Maria Rocha da Silva.
O evento de compartilhamento de experiências entre o grupo de técnicos e coordenação do Geopark Araripe contou com a presença da reitora da Urca, professora Otonite Cortez, o vice-reitor, Patrício Melo, e os pró-reitores. Na ocasião, foram apresentados os projetos que vêm sendo desenvolvidos nas áreas específicas de desenvolvimento territorial, geoeducação, geoconservação, além do turismo, e ações na por meio da infraestrutura dos geossítios, que vêm sendo realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cidades e Banco Mundial. A nova infraestrutura compreende sala para recepção de grupos de estudo, ambientação rústica do espaço, com lixeiras, bancos, escadas, melhorando também acesso a alguns desses locais. O Riacho do Meio, no município de Barbalha, terá uma infraestrutura mais ampla e contará com um núcleo que irá auxiliar no processo de gestão, com a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e Floresta Nacional do Araripe (Flona Araripe).
Potencial
Outros aspectos relacionados às áreas com potenciais de geossítios foram ressaltados, como o Sítio Santa Fé, com inscrições rupestres pouco estudadas, além do Sítio Caldeirão do beato José Lourenço, ambos na cidade do Crato.
Aliadas a essas questões, é considerado o contexto geológico e cultural. Segundo o coordenador do Geopark, Idalécio Freitas, são 26 áreas na região com potencial de geossítios, levando-se em conta diversos aspectos, inclusive culturais e geológicos.
Exposições importantes, como a recente realizada no Cariri Garden Shopping, sobre o Geopark Araripe, com mais de 10 mil visitantes, além do projeto Jovens Paleontólogos, com mais de 2.700 fósseis recuperados, projetos educativos e de capacitação de professores dos seis municípios que compõem o Geopark, entre outros aspectos, foram abordados durante a reunião regional.
Incentivo
Outras propostas de geoparks do Brasil já foram encaminhadas, a exemplo do Estado de Minas Gerais, na área do Quadrilátero Ferrífero, que já que era considerado um dos projetos mais avançados. O Geopark Araripe passou a ser um dos grandes incentivadores do processo de criação de novos projetos do gênero e chegou, inclusive, a realizar encontros nacionais e internacionais com o propósito de incentivar novas candidaturas no País.
O projeto tem sido responsável por ampla divulgação dos potenciais nas áreas de geoturismo, geoeducação e geoconservação na área da Chapada do Araripe, com criação de um Centro de Interpretação Ambiental, em Crato, e tem realizado diversas exposições no Brasil, para promover estudos e divulgar suas riquezas geológicas e paleontológicas. (E.S.)
Diário do Nordeste

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