O corpo da terceira vítima do naufrágio no rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul, foi encontrado na tarde de ontem (25). Segundo o delegado de Porto Murtinho, Rodrigo Nunes Zanota, trata-se de Leandro Donizete Alves. Ele teria viajado com um grupo de amigos de Alvorada do Sul, no Paraná, mas morava em Londrina, na mesma região.
Quatro moradores de Alvorada do Sul continuam entre os 11 desaparecidos.
O acidente ocorreu no fim da tarde de quarta (24) durante uma tempestade nas proximidades de Porto Murtinho (a 462km de Campo Grande), na fronteira com o Paraguai. Treze pessoas foram resgatadas com vida. A chalana, uma espécie de barco hotel, era paraguaia, mas levava turistas brasileiros.
SEGUNDA VÍTIMA
Assim que a notícia da morte do agricultor Antônio Moacir Pontelo, 57, chegou a Alvorada do Sul, onde ele vivia, dezenas de pessoas reuniram-se em sua casa. “Fazia alguns anos que ele não ia para longe pescar, mas, desta vez, resolveu se juntar aos amigos”, lamentou Murilo Pontelo, 25, filho do agricultor. A vítima tinha também uma filha, de 28 anos, e era casado.
De acordo com Nivaldo Palaro, sobrinho de Pontelo, o grupo de pescadores do município paranaense retornaria nesta quinta (25) para casa. “Ontem, quando aconteceu o acidente, eles estavam se dirigindo para as margens do rio, pois participariam de um churrasco de despedida e encerramento da pescaria”, conta Palaro.
Excursões para o Pantanal são tradicionais entre grupos de amigos da cidade e costumam acontecer nesta época do ano, após a colheita do milho safrinha. “O pessoal se reúne, pega várias camionetes e vai. Nem todos gostam de pescar, muitos apenas querem apreciar as paisagens, descontrair, descansar. Eles passam vários dias embarcados nessas chalanas navegando pelos rios. Os integrantes mudam a cada ano, mas sempre há um elo de amizade entre os que vão”, explicou Palaro.
Neste ano, os amigos de Alvorada do Sul se dividiram em dois grupos. Parte embarcou em Corumbá e outra parte em Porto Murtinho. Entre os pescadores, os agricultores Carlos Siena, 65, e Manoel Siena, 39, pai e filho, resolveram fazer o passeio em barcos-hotéis diferentes. Carlos seguiu com a turma de Corumbá. Manoel foi para Porto Murtinho. Ele está entre os desaparecidos.
“Os dois sempre foram muito ligados. Trabalhavam juntos, pescavam juntos, moravam vizinhos. Mas, como meu tio Carlos já conhecia Porto Murtinho, resolveu conhecer o outro trecho”, disse Paula Siena de Andrade, sobrinha de Carlos e prima de Manoel.
Fonte: O Estado CE
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