Luiza Judite do Nascimento foi presa na manhã desta terça-feira (23) graças a uma ação conjunta realizada por policiais civis e militares dos municípios de Salitre e Campos Sales. Ela trabalhava no Hospital Municipal de Salitre e é acusada de ter assassinado o vaqueiro José Maximinus de Alencar Neto, com quem mantinha um relacionamento, e de ter ocultado o cadáver da vítima.
Conforme a polícia, José Neto estava desaparecido da localidade de Baixio, na zona rural de Salitre, havia 26 dias. Preocupados com a falta de notícias, familiares do vaqueiro compareceram a Delegacia de Polícia Civil de Campos Sales onde registraram um Boletim de Ocorrência.
Convidada à prestar depoimento para ajudar nas investigações do desaparecimento, Luiza acabou se contradizendo, passando a produzir diversas versões que levaram o delegado Sérgio Pereira dos Santos a suspeitar de um provável envolvimento da mulher no sumiço da vítima.
Acusada entra em contradição e causa desconfiança da Polícia
“No decorrer do depoimento ela começou a produzir informações que não se encaixavam”, informou o delegado. Chamou a atenção da polícia a informação levantada por Luiza junto aos familiares do vaqueiro dando conta de que ele vinha fazendo contatos com ela através de um número de telefone celular. “Ela, inclusive, chegou a passar esse número aos demais familiares da vítima. Várias tentativas foram realizadas pelos familiares que queriam saber do paradeiro dele. As ligações, no entanto, sempre acabavam encaminhadas à caixa postal”, disse o delegado.
Ao retornar para casa após o depoimento, a mulher acabou sendo pressionada por irmãos a contar o que realmente havia acontecido e indicar o paradeiro de José Neto. “Ela chegou nervosa em casa e, percebendo que havia algo errado, a família então a pressionou”, comenta o policial.
Terça-feira (22), por volta das cinco da manhã, um irmão de Luiza que mora em Brasília telefonou à delegacia. Durante o telefonema, o homem disse que o vaqueiro teria sido assassinado por sua irmã e que o corpo teria sido escondido com o auxílio do sobrinho, um menor de 16 anos.
A polícia, então, mandou que Luiza comparecesse novamente à delegacia, desta vez acompanhada pelo filho Fábio Rodrigues de Alencar do Nascimento, que era enteado da vítima.
Luiza, segundo o delegado que preside o inquérito, negou a autoria do homicídio. “Quando ela foi informada de que o irmão havia telefonado à delegacia, ela disse que o José Neto havia morrido após ter se sentido mal durante o jantar e que, com medo da família dele, havia decidido enterrá-lo num curral, distante cerca de 220 metros da casa onde eles moravam”, informou o delegado.
A versão apresentada por ela foi desmentida pelo filho, que também prestou esclarecimentos à polícia. Conforme contou o adolescente, Luiza teria assassinado o companheiro. “Há indícios que apontam possível premeditação”, frisa o policial civil que descobriu que, há cerca de um mês, a acusada teria furtado remédios do local onde trabalhava.
Acusada utilizou remédios furtados para envenenar a vítima
O delegado disse que o menor explicou que a mãe utilizou duas ampolas de Diazepan para envenenar a vítima. “Ele estava jantando e, no momento em que teria ido ao banheiro, ela despejou o conteúdo das duas ampolas no copo em que ele bebia uma dose de cachaça”, explicou.
Após a confirmação da morte do vaqueiro, Luiza teria depositado o corpo da vítima em uma cova aberta em um curral com a ajuda do filho adolescente. O crime chocou a população de Salitre. Durante todo o dia de ontem o clima na cidade era de revolta. Por medida de segurança, os dois acusados foram recambiados à Campos Sales, por determinação do delegado Sérgio Pereira dos Santos.
O adolescente que ajudou a mãe a esconder o corpo do padrasto está apreendido na cadeia pública de Campos Sales. Já a acusada de ter praticado o homicídio foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e deverá ser indiciada, também, por homicídio triplamente qualificado.
A polícia informou que mesmo com a prisão de mãe e filho, não está descartada a possibilidade de envolvimento de um terceiro elemento na morte do vaqueiro. “Nós estamos investigando esta possibilidade. Embora já haja uma prisão em flagrante e a apreensão do menor que auxílio na ocultação de cadáver, as investigações sobre o caso ainda não foram encerradas”, concluiu o delegado.
DN Online
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