Às vésperas do conclave que vai eleger o próximo papa, vaticanistas começam a trabalhar com a hipótese de surgir um curinga, isto é, um pontífice fora da lista dos atuais favoritos, como aconteceu em 1978 na eleição do polonês Karol Wojtyla (João Paulo II). Com os cardeais profundamente divididos sobre a situação atual da Igreja e seu futuro, não apareceu, até o momento, um nome de consenso.
"Não há grandes personalidades que se destaquem", constata o francês Bernard Lecomte, autor de ´Os últimos segredos do Vaticano´. "Estamos num cenário novo e desconhecido, é preciso estar preparado para uma surpresa", afirma.
Outro analista, o padre Thomas Reese, autor do livro ´Por Dentro do Vaticano´ e pesquisador do Centro de Teologia Woodstock, na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, concorda: "Não há ninguém agora que todos digam ´é ele´; é o candidato óbvio".
Cenário provável
Lecomte especula um cenário provável: um candidato europeu "relativamente conservador" e outro do mundo em desenvolvimento, "relativamente reformador". A divisão seria tamanha que cardeais optariam, então, por um terceiro nome. "Isso aconteceu em 13 das últimas 16 vezes", sustentou.
"A chave é: existe um candidato que desponte já no primeiro escrutínio e continue obtendo mais votos até chegar a dois terços? Se um candidato não conseguir, é sinal que tem inimigos", avalia o padre norte-americano. Normalmente, segundo ele, a surpresa surge quando os eleitores dos dois candidatos mais votados não querem ceder.
A surpresa
O sociólogo francês Olivier Bobineau, autor do livro "O império dos Papas" diz que mesmo que ocorra uma surpresa no conclave, pouco - ou nada - mudará. "A grande surpresa mesmo seria se surgisse alguém com uma vontade real de enfrentar os problemas, que saiba governar o império católico, a gestão da Cúria e a questão das mulheres. Que não se espere, muito menos, uma descentralização do Vaticano", argumenta.
Para Bobineau, a força da Igreja Católica tem sido justamente esta: um sistema centralizador, radicado em Roma. Ele aposta na eleição de um conservador "forte". E frisa que todos os favoritos são conservadores. "A única coisa que me intriga na questão da surpresa é se os cardeais eleitores terão a coragem de escolher um papa carismático, como foi João Paulo II. Ou seja, um conservador que não fará grandes reformas, mas que poderá fazer avançar um ou dois pequenos dossiês.
Divisões entre cardeais
As divisões pesam até sobre a força tradicionalmente dominante da Cúria: os cardeais romanos. Segundo Reese, eles teriam peso significativo se estivessem unidos, pois são 20% dos cardeais. Os latino-americanos também teriam maior chance se fossem unidos. "Eles são 17% do Colégio, mas pode-se conseguir com que brasileiros, mexicanos, colombianos concordem com um candidato?", indagou.
"Não há grandes personalidades que se destaquem", constata o francês Bernard Lecomte, autor de ´Os últimos segredos do Vaticano´. "Estamos num cenário novo e desconhecido, é preciso estar preparado para uma surpresa", afirma.
Outro analista, o padre Thomas Reese, autor do livro ´Por Dentro do Vaticano´ e pesquisador do Centro de Teologia Woodstock, na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, concorda: "Não há ninguém agora que todos digam ´é ele´; é o candidato óbvio".
Cenário provável
Lecomte especula um cenário provável: um candidato europeu "relativamente conservador" e outro do mundo em desenvolvimento, "relativamente reformador". A divisão seria tamanha que cardeais optariam, então, por um terceiro nome. "Isso aconteceu em 13 das últimas 16 vezes", sustentou.
"A chave é: existe um candidato que desponte já no primeiro escrutínio e continue obtendo mais votos até chegar a dois terços? Se um candidato não conseguir, é sinal que tem inimigos", avalia o padre norte-americano. Normalmente, segundo ele, a surpresa surge quando os eleitores dos dois candidatos mais votados não querem ceder.
A surpresa
O sociólogo francês Olivier Bobineau, autor do livro "O império dos Papas" diz que mesmo que ocorra uma surpresa no conclave, pouco - ou nada - mudará. "A grande surpresa mesmo seria se surgisse alguém com uma vontade real de enfrentar os problemas, que saiba governar o império católico, a gestão da Cúria e a questão das mulheres. Que não se espere, muito menos, uma descentralização do Vaticano", argumenta.
Para Bobineau, a força da Igreja Católica tem sido justamente esta: um sistema centralizador, radicado em Roma. Ele aposta na eleição de um conservador "forte". E frisa que todos os favoritos são conservadores. "A única coisa que me intriga na questão da surpresa é se os cardeais eleitores terão a coragem de escolher um papa carismático, como foi João Paulo II. Ou seja, um conservador que não fará grandes reformas, mas que poderá fazer avançar um ou dois pequenos dossiês.
Divisões entre cardeais
As divisões pesam até sobre a força tradicionalmente dominante da Cúria: os cardeais romanos. Segundo Reese, eles teriam peso significativo se estivessem unidos, pois são 20% dos cardeais. Os latino-americanos também teriam maior chance se fossem unidos. "Eles são 17% do Colégio, mas pode-se conseguir com que brasileiros, mexicanos, colombianos concordem com um candidato?", indagou.
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