Cientistas britânicos desenvolveram uma vacina sintética contra a febre aftosa, mais segura e resistente que as tradicionais, segundo um artigo publicado na quarta-feira (27) na revista "PLOS Pathogens".
A nova dose poderia ser usada como alternativa ao abate de gado, sem risco de liberação do vírus vivo na natureza, destacaram os pesquisadores. Além dos bovinos, a doença atinge ovelhas, cabras e porcos.
Atualmente, os animais vacinados recebem uma dose baixa do vírus, que é altamente contagioso, para estimular seu sistema de defesa a produzir anticorpos.
A vacina comum traz outro inconveniente, principalmente às exportações de carne, que é a detecção do anticorpo contra o vírus no organismo do animal após a vacina, o que dificulta saber, por meio de um exame de sangue, como ele foi contraído – se pela imunização ou pelo real contágio da febre aftosa. Com a nova dose, porém, ficaria mais fácil diferenciar esses dois casos.
Os pesquisadores das universidades de Oxford e Reading e de dois órgãos governamentais – Instituto Pirbright e Diamond Light Source – conseguiram reconstruir a estrutura externa do vírus da febre aftosa após analisar partículas atômicas dele em um acelerador de partículas instalado em Londres.
Testes preliminares demonstraram que a dose se manteve estável por pelo menos duas horas a temperaturas de até 56° C, segundo a agência AFP. Agora, a equipe começa a discutir o desenvolvimento comercial de uma vacina sintética contra a doença para os próximos seis a oito anos.
"O que desenvolvemos se aproxima do ideal das vacinas contra a febre aftosa", disse à AFP Dave Stuart, professor de Biologia Estrutural de Oxford.
Crisanto Teixeira – Jornalista.
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