Juatama: Revista Central relembra os 10 anos da maior tragédia da história de Quixadá
É quase impossível passar pelo local e não olhar para aquele jardim cheio de cruzes.
Quixadá, 13h45min, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003, ambulâncias com sirenes ligadas informavam que algo de anormal estava acontecendo no município, antes tranquilo como qualquer outro do interior nordestino. A informação era precária, somente as emissoras de rádios da cidade e os jornais da capital existiam na época, tudo chegava naquele momento por meio de boatos, até curiosos se aglomerarem no Hospital Eudásio Barroso.
A maior tragédia nas rodovias do município de Quixadá, ocorreu há uma década, 23 pessoas morreram, agricultores, aposentados, donas de casa, estudantes, funcionários públicos e crianças foram as vítimas da colisão frontal envolvendo duas topik, no quilômetro cinco da rodovia estadual CE-368, no distrito de Juatama. Na época os jornais noticiaram que teria sido um dos piores desastres já ocorridos no Ceará.
Conforme pesquisa, os jornais O Povo e Diário do Nordeste publicaram que o acidente, segundo registros da Polícia Rodoviária Estadual ocorreu em um trecho uma reta, numa estrada em bom estado de conservação e bem sinalizada. Na hora da colisão não chovia na região. Portanto, as condições de visibilidade eram perfeitas.
Vítimas
Um dos sobreviventes foi o senhor, Norberto Alexandre da Silva, uma das vítimas do acidente envolvendo alternativos clandestinos, naquela segunda-feira não seria diferente e, após passar o dia resolvendo problemas financeiros em Quixadá, ele não pensou duas vezes. Pagou os R$ 4,00 e se sentou no último banco da Topic.
“Lembro apenas de ter ouvido um barulho, acho que pessoas gritando. Mas tinha muita gente na minha frente, não dava para ver nada. Daí só vou me lembrar eu já de fora da Topic, com uma pessoa dizendo que eu não tentasse me mexer porque eu tinha quebrado as duas pernas, diz Norberto, acrescentando sempre ter confiado nesse meio de transporte por nunca ter ocorrido acidente naquela região.
Na época, o delegado regional de Quixadá, Agenor Freitas de Queiroz, informou que colheu importantes depoimentos atestando que o guiador de uma das topiques, Sidrack Jorge de Sousa, havia bebido sozinho quase uma garrafa de Rum. Além disso, não havia dormido na noite anterior (domingo). Logo no começo da manhã daquele dia, ele saiu de Fortaleza levando vários passageiros para as duas cidades. A última passageira a saltar da topique branca, de placa HVM-4326, foi uma adolescente, deixada na localidade de Rampa.
A tragédia em Quixadá atingiu diretamente várias famílias. Entre os 23 mortos estavam pelo menos cinco crianças. Houve casos mais lamentáveis ainda, em que morreram várias pessoas de uma mesma família. Duas mães morreram com seus dois filhos.
Um dos casos mais comoventes na tragédia foi do soldador Francisco Gilson de Sousa, que perdeu dois filhos e a esposa no desastre. Além disso, mais três filhos foram hospitalizados.
Um dos casos mais comoventes na tragédia foi do soldador Francisco Gilson de Sousa, que perdeu dois filhos e a esposa no desastre. Além disso, mais três filhos foram hospitalizados.
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