RECORDAÇÕES EMBAIXO DE UM PÉ DE TAMARINDO
Eram quase 19hs da noite do dia 23 de agosto quando, um estrondo forte e alto, fez com que a dona de casa Elza Fernandes, ficasse com o coração nas mãos.
O desmoronamento da casa nos veio a mente, mas graças à Deus, não foi este o feito da natureza naquela noite e sim, a queda de um enorme galho do pé de tamarindo, já ressecado pelo tempo, morto sem seu verde que durante muitos anos sombreou o quintal do Casarão dos Fernandes, na rua Bougival Leão, de nº798. O corpo de Bombeiros foi acionado e no dia seguinte, por volta das 15hs da tarde, foi posto abaixo os dois outros galhos gigantescos que ainda comprometiam a casa, caso houvesse mais um desabamento. Neste pé de tamarindo duas gerações brincaram, viajando por onde a imaginação e a criatividade os levaram. Nele foi feito um circo, aonde o humorista Antonio Fernandes, juntamente com seus irmãos, faziam tardes e tardes mais divertidas para os amigos e vizinhos. Eram brincadeiras e que ainda são lembradas, como as vidas que eram dados aos bonecos ventríloquos. feitos de forma artesanal e caseira. Já na minha geração, eram os balanços feitos pelo Luis André com diversos pedaços de cordas amarradas no cume da árvore. O voo era tão alto que ficávamos gelados, com frio na alma, pensando que iríamos cair no rio, devido a tamanha altura. Lembro-me de outra situação em que fizemos uma casa na árvore, moldada naquelas que víamos sempre nos desenhos animados e em filmes americanos que passavam nas tardes do SBT. Cortam se galhos.
São cortes que ferem parte de nós, um reduto de alegria quando o dinheiro não conseguia comprar brinquedos industrializados, mas que garanhava uma alegria divina, impagável.
POR PEDRO HENRIQUE FERNANDES
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